sábado, 7 de setembro de 2024
Desafios de ser mãe e cuidar dos negócios

Desafios de ser mãe e cuidar dos negócios

Com mais de 10 milhões de negócios sob gestão de mulheres no Brasil, cerca de 52% das empresárias são mães.

12 de maio de 2024

Ana Maíra concilia o trabalho na oficina mecânica com a missão de ser mãe e as tarefas de casa

Conciliar as tarefas de dona de casa, esposa, mãe e empreendedora não é fácil para ninguém, ainda mais num mercado competitivo. Mas, em geral, as mulheres que conseguem conciliar tudo isso mostram-se satisfeitas. Muitas estão atuando, inclusive, em atividades que eram dominadas, até então, pelos homens.

A maioria das mulheres empreendedoras enfrenta o desafio de conciliar o trabalho com as tarefas de casa. Como os cuidados com os filhos, a atenção com o marido e com os demais familiares e amigos.

Esse é o caso da Ana Maíra de Andrade Coelho Sousa. Casada, dona de casa e mãe de uma criança de três anos de idade. Formada em educação física, trabalhava como professora numa escola particular e também como personal trainee. Até se engravidar em 2021, em plena pandemia da Covid-19.

Foi aí que decidiu abrir o próprio negócio. Uma empresa individual (MEI) de revenda de cosméticos e depois de roupas on-line. Aos poucos foi mudando de atividade e quando percebeu já estava totalmente envolvida no trabalho da oficina mecânica de seu marido, Saimon Silva.

Amiga da mulher

O casal mudou a razão societária da empresa e Ana Maíra passou a ser a titular do negócio, embora o marido seja sócio. No dia a dia, ela percebeu que as mulheres se sentiam constrangidas de irem a uma oficina mecânica – ambiente totalmente masculino. Foi aí que veio a ideia de criar um ambiente mais aconchegante para receber a clientela feminina.

Hoje, a Saimom Car, localizada no Setor Pedro Ludovico em Goiânia, é a única empresa goiana a ter o selo de Oficina Amiga da Mulher, certificada por uma empresa paulista. De segunda a sexta-feira, Ana Maíra sai de casa às 7 horas e volta por volta das 20 horas.

Na oficina ela pega nas ferramentas, administra o negócio, cuida do marketing e recebe os clientes. “É preciso saber fazer para ter o respeito dos funcionários e clientes”, diz Ana Maíra ao EMPREENDER EM GOIÁS. Em casa, assume todas as tarefas: limpa, lava, passa, cozinha, faz compras e ainda cuida da filha e do marido. “Não é fácil, mas é gratificante”, resume.

Thallyta Caroliny cuida do filho de quase 2 anos e produz de doces e tortas

Sonho

Thallyta Caroliny Leite da Silva optou, em 2014, em ter o próprio negócio. A Sabor e Luxo Confeitaria, que funciona em seu próprio domicílio. Antes autou como cantora em festas e bares e também como vendedora.

Mas o sonho era ter o próprio negócio. De forma disciplinada, Thallyta consegue conciliar as tarefas de casa, os cuidados do filho de quase dois anos, a atenção ao marido, e a produção de doces e tortas. “Me viro nos trinta”, diz.

A empresária conta que produz uma média de 5 mil doces por mês, com ajuda de uma funcionária, que são feitos sob encomendas e também para abastecer a confeitaria da irmã, a Le Petit. Ela também admite que é muito cansativo conciliar tantas tarefas, como fazem as mulheres, mas é uma opção e se sente feliz.

Empreendedorismo

Segundo o estudo da Rede Mulher Empreendedora (RME), 87% das mulheres buscam o empreendedorismo após se tornarem mães. Com o objetivo de conquistar a independência financeira e ter mais tempo para cuidar dos filhos e da família.

Além disso, de acordo com o Sebrae, mais de 10,3 milhões de negócios no país são comandados por mulheres, sendo que 52% delas são mães. Esta quantidade representa 34,4% do universo das empresas brasileiras. Em Goiás, elas são 371 mil, embora 1.544.292 estejam economicamente ativas.

Os principais ramos de negócios que as mulheres atuam são: cabeleireiros e tratamento de beleza, comércio de vestuário e acessórios, serviços de catering (bufê e serviços de comida preparada), comércio de produtos farmacêuticos, cosméticos e perfumaria e confecção sob medida.

Mas uma pesquisa do Sebrae-GO, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), mostra que as mulheres vêm mudando a cara do mercado. Elas estão focando em áreas que antes eram dominadas apenas pelos homens, como é o caso de oficina mecânica, mercearias, panificadoras e outras.

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