segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Empresária goiana inova em sabor de cerveja e faz sucesso

Empresária goiana inova em sabor de cerveja e faz sucesso

Empreendedora começou a produzir cerveja em casa para alguns amigos. Fez sucesso e resolveu abrir a sua fábrica. Já foi premiada 11 vezes.

31 de agosto de 2024

Renata Farias: “Produzimos e vendemos 4 mil litros de cervejas por mês”

A paixão por cerveja fez com que Renata Farias trocasse o ramo da tecnologia da informação para abrir a própria fábrica da bebida. Em 2020, lançou a Dona Lupulina, uma marca de cervejas artesanais que caiu no gosto do goianiense. E já premiada 11 vezes no Concurso Brasileiro de Cervejas, sendo 7 vezes apenas neste ano.

O diferencial, segundo Renata, é que busca conhecimento em países que são berços da cerveja, como Bélgica e Alemanha. Especialmente, sobre como entregar sabor e qualidade para os apreciadores da bebida em Goiânia.

Renata começou a produzir cerveja em casa para alguns amigos. Os experimentos caíram no gosto do público e se tornaram lei nas confraternizações para degustar as novidades. O sucesso chegou rápido e todos queriam comprar, mas ela não tinha a autorização para vender.

No Brasil, a comercialização só pode apenas com autorização do Ministério da Agricultura (Mapa). Após resistir muito, a empreendedora goiana decidiu abrir uma fábrica no final de 2020, quando recebeu a autorização do órgão ministerial.

Renata viajará para a Itália em setembro. Quer saber mais sobre as cervejas locais e descobrir as combinações da bebida feitas no local.

Mas ela espera conseguir fazer o envasamento da bebida para poder realizar a venda da cerveja no local. Segundo ela, há muita resistência para isso e, de todo o maquinário de uma fábrica, esse é o mais caro. Atualmente, a empresária envia apenas barris de 20 litros para clientes em Goiás e para o Distrito Federal.

Sabores

A Dona Lupulina conta com um brewpub (pequena cervejaria) na Avenida Viena, no Jardim Europa. Em anexo, fica todo o espaço onde as cervejas são produzidas. Aliás, na casa, é possível encontrar 16 estilos, sendo cinco delas fixas – que fazem mais o gosto do público, como a Pilsen Premium, American IPA, Vienna Lager, Blonde Ale e Gose de Caju. E 11 delas são rotativas que oscilam entre diversos fatores, como datas comemorativas.

Um bom exemplo é a Quadrupel, complexa e que remete às frutas secas escuras, como ameixa, tâmaras, uvas passas. Mas vale destacar que não leva essas frutas na receita.

Tudo é um processo de levedura. Há a Grodziskie, tida como espumante polonês e somente eles a produzem no Centro-Oeste. É feita de trigo defumado no carvalho francês. Já a histórica Lichtsteiner é uma cerveja ácida, também de trigo defumado no carvalho.

“O negócio surgiu da necessidade entregar uma novidade sobre a cerveja, pois aqui o povo conhece muito a Pilsen. Eu e o meu marido somos apaixonados por cerveja diferentes. Assim, nos propusemos a trazer elementos para que uma pessoa que tome uma verdadeira cerveja na Bélgica possa tomar com a mesma qualidade aqui”, explica.

Especialização

Renata conta que buscou se especializar para trazer para o público goianiense o que há de melhor no segmento. Tanto que ela passou dez dias na Bélgica e cinco dias na Alemanha. “As escolas alemã e belga são riquíssimas de conhecimento e de estilos de serviço. Então, quando estivemos lá, foi justamente para conhecer como estavam sendo produzidas as cervejas e o que a gente podia reproduzir aqui”, revela.

Renata explica que há cervejas com pouca concentração de álcool – ou seja, mais suaves – até cervejas mais amargas. Para ter tanta propriedade, ela se tornou sommelier e ainda fez um curso de gastronomia para conseguir boas combinações.

Ou seja, no bar, a empresária consegue levar conhecimento aos clientes e ainda fazer uma harmonização de sabores. Na cozinha do local, por exemplo, tem vários petiscos e até mesmo pizzas, que são feitas levando em consideração toda tradição italiana.

“Pela noite, ainda sirvo pizzas no estilo napolitana, com bordas mais altas e mais molhos de tomate de longa fermentação. Ou seja, são pizzas que não vão empanzinar o cliente a ponto dele não tomar mais cerveja”, explica.

Outro diferencial da Dona Lupulina: o cliente faz uma degustação para saber com qual cerveja irá se identificar. Renata explica que gosta de conhecer características palativas do cliente para levá-lo a degustar um bom produto. A prova disso são os 4 mil litros de cervejas que ela produz e vende por mês. Para alcançar todo o sucesso, ela conta com 13 colaboradores.

Mulher toma cerveja, sim!

Por ser mulher, é evidente que ela sofreu algumas resistências no ramo. Ela explica que já tiveram clientes que tentaram lhe descredibilizar quando foi fazer o trabalho de sommelier ou duvidar do seu conhecimento quando explicava mais sobre cerveja.

“O ego masculino é muito complicado. Já enfrentei diversas situações. Desde do tipo é o cara esnobar aquilo que eu estava falando, como se fosse uma bobagem, até mesmo do cara me enfrentar e dizer que eu estava errada. Mas, já tiveram situações em que a pessoa assumiu que eu estava certa”, conta.

Saiba mais: Cresce o número de cervejarias em Goiás

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