A análise dos dados de liberdade econômica dos estados brasileiros de 2003 a 2022 mostra uma trajetória de oscilação ao longo dos anos.
Com uma nota média de 4,89, Goiás conquistou a 6ª posição no ranking nacional de liberdade econômica. Segundo o Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE) de 2024. Perde apenas para Espírito Santo (5,23), Rio de Janeiro (5,08), Amapá (5,05), Paraná (5,01) e Pará (4,93). A média nacional ficou em 4,38.
A análise do IMLEE de 2003 a 2022 mostra que a liberdade econômica nos estados caiu até 2011, melhorou de forma significativa entre 2015 e 2018, quando atingindo o pico. Mas sofreu um forte declínio em 2020, com leve recuperação e estagnação nos anos de 2021 e 2022.
O índice mede o grau dos estados dentro um país cujo contexto de liberdade econômica é baixo. Ou seja, mesmo que uma determinada unidade da federação esteja numa boa posição no ranking, ainda assim as condições gerais de se fazerem negócios e empreender no Brasil são ruins.
Cabe destacar que a decisão de empreender em determinada localidade não leva em conta apenas a liberdade econômica medida pelo IMLEE. Mas também considera aspectos da burocracia local, infraestrutura e logística, tamanho de mercado consumidor etc.
Quanto à variação de 2021 para 2022, Roraima lidera o aumento com 26,4%, seguido por Piauí (15,5%), Sergipe (13,6%) e Tocantins (10,3%). Ceará e Pará também tiveram aumentos relevantes de 9,3% e 8,5%, respectivamente.
De outro lado, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso tiveram as maiores quedas, com variações de -23,2% e -22,5%, respectivamente. São Paulo também registrou uma redução expressiva de -20,7%. Espírito Santo (-8,7%) e Alagoas (-7,4%) também mostraram quedas significativas, sugerindo um retrocesso nas condições de liberdade econômica de 2022 em relação a 2021.
A análise dos dados de liberdade econômica dos estados brasileiros de 2003 a 2022 mostra uma trajetória de oscilação ao longo dos anos. Muitos estados apresentaram índices elevados de liberdade econômica entre 2007 e 2018, com picos notáveis em 2018. Como nos casos de Espírito Santo (8,34), Roraima (8,92) e São Paulo (8,45).
Contudo, a partir de 2020, observa-se uma queda acentuada nos scores em quase todos os estados. Refletindo o impacto de condições econômicas adversas, influenciadas pela pandemia de Covid-19 e por políticas restritivas.
Em 2022, muitos estados ainda não tinham retornado aos níveis pré-2020, com algumas exceções que mostram uma leve recuperação, como o Rio de Janeiro e Goiás.
A análise referente aos gastos dos governos subnacionais, mostra uma variação significativa entre os estados. Os estados com os maiores scores incluem Paraná (7,79), Santa Catarina (7,60), Goiás (7,37), Rio Grande do Sul (7,14), Espírito Santo (7,11) e Rio de Janeiro (7,10). —
Ou seja, apresentam menores níveis de gasto governamental relativo e, portanto, um ambiente mais favorável à liberdade econômica. Esses estados destacam-se como exemplos de controle de gastos dentro do IMLEE.
Vale notar que a natureza das despesas selecionadas não envolve gastos de investimento dos governos, como obras de infraestrutura, por exemplo. São consideradas apenas as despesas de “consumo dos governos” e de transferências institucionais e pessoais.
Goiás (com um score de 6,33), seguido de São Paulo (5,99), Paraná (5,90) e Espírito Santo (5,86) apresentam os mercados de trabalho mais flexíveis. O que pode favorecer a liberdade econômica e atrair investimentos, já que a menor regulação tende a facilitar as contratações formais e as operações empresariais.
Piauí (3,12), Maranhão (3,71) e Paraíba (3,85) possuem os menores scores nesta dimensão, indicando um ambiente de mercado de trabalho mais afetado pela regulação. O que significa maior efeito da interferência governamental em aspectos como leis trabalhistas, contratação, e outras regulamentações. Essas condições podem dificultar a criação de empregos formais por parte do setor privado e o dinamismo econômico local.