A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda de 0,2% no índice em fevereiro, chegando aos 104,5 pontos, já descontados os efeitos sazonais. Segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (20/2) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No comparativo com fevereiro de 2024, a variação anual da ICF sofreu queda de 1,1%.
Os dados da CNC revelam que as famílias de maior renda estão mais cautelosas ao consumir. Tendência também notada entre aquelas que ganham menos de dez salários mínimos mensais: a intenção de compra reduziu 0,5% e 0,2%, respectivamente, em relação ao mês anterior.
O subindicador Perspectiva de Consumo, que mensura a percepção dos entrevistados sobre o seu próprio consumo a médio prazo (nos próximos três meses), caiu nos dois grupos: 2,2% e 1%, respectivamente.
“As famílias já sentem dificuldade em adquirir bens duráveis neste início de ano. Apesar do cenário desafiador, há um esforço em manter o padrão de consumo. No entanto, o comércio já deve sentir a redução das vendas nos próximos meses”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
O subindicador “acesso ao crédito” mostrou que as famílias de maior renda registraram queda de 0,4%. E que as com rendimentos menores apresentaram aumento de 0,4%.
“Isso deixa claro que as famílias sentem o impacto dos juros altos, principalmente os consumidores de maior renda, que estão sendo os mais afetados pela seletividade do crédito”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
Conforme a pesquisa, depois de quatro meses de baixas, os consumidores mostraram mais otimismo em relação às oportunidades profissionais. O emprego atual, que mede a satisfação com o trabalho, apresentou alta de 0,2%. A perspectiva profissional, que mede a percepção do trabalhador sobre o cenário de oportunidades profissionais a médio prazo, teve o quinto crescimento seguido, de 0,4%.