Realmente o desemprego no Brasil está baixo e em queda ou ele precisa ser analisado sob outra perspectiva?
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que taxa de desemprego no Brasil reduziu para 7% no primeiro trimestre de 2025, sendo o menor índice para o período entre janeiro e março, desde o início da série histórica, em 2012.
Este número representa uma queda de 0,9 ponto percentual, face ao mesmo período de 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Realmente o desemprego no Brasil está baixo e em queda ou ele precisa ser analisado sob outra perspectiva? Será que uma situação que aponta para um número elevado de empregados pode estar sendo mascarada no país por outros fenômenos?
Para uma melhor compreensão desse assunto, precisamos entender que no Brasil o IBGE considera como desocupadas pessoas que não trabalham, mas que estão ativamente em busca de oportunidades. Portanto, os beneficiados pelo Programa Bolsa Família não entram nas estatísticas do desemprego no país.
Informações do Governo Federal, de março deste ano, através do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), apontam investimentos mensais de R$ 13,7 bilhões no Programa Bolsa Família, sendo que quase 21 milhões de famílias, 54 milhões de pessoas, são contempladas por ele em todos os municípios brasileiros.
É razoável imaginar que em qualquer Programa Assistencialista, como o Bolsa Família e outros, em algum momento deve acontecer o “desembarque” de pessoas dele”.
Ao mesmo tempo, pode-se inferir que os números elevados de pessoas beneficiadas pelo programa em questão mascaram a realidade do desemprego no país, podendo elevar expressivamente o mesmo.
A economia brasileira passa por um dos piores momentos de sua história contemporânea. Uma imensa crise fiscal, fruto de um irresponsável desequilíbrio das contas públicas, tem resultado em taxas absurdas de juros reais e uma inflação que caminha para o descontrole.
Junte-se a tudo isso, números fantasiosos de desemprego aqui apresentados, casos constantes de corrupção e a baixa qualificação da mão-de-obra existente.
Com um quadro econômico debilitado, a arte de empreender neste país, torna-se a cada dia mais desafiadora. A nós brasileiros, resta-nos continuar trabalhando, ampliando sempre os nossos conhecimentos e acreditando na alternância de poder dos próximos governos.
Que assim seja!
Paulo Borges Campos Jr. é economista, com mestrado e doutorado pela UFG, membro da Tarumã Consultoria e instrutor do Sistema OCB/GO. paulobcampos@yahoo.com.br