terça-feira, 2 de setembro de 2025
O metro quadrado de imóveis comerciais já é negociado em média a R$ 15 mil, podendo ultrapassar os R$ 20 mil em lançamentos.
Goiânia é a capital que mais comercializa edifícios corporativos no Brasil, segundo levantamento da Brain Inteligência Estratégica. O EMPREENDER EM GOIÁS teve acesso com exclusividade dos dados repassados pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
De 2023 até o primeiro trimestre de 2025, esse mercado já movimentou mais de R$ 1,5 bilhão em comercialização de unidades comerciais na capital goiana. Os números não incluem os dois empreendimentos lançados no segundo trimestre de 2025. Ambas tiveram mais de 70% das unidades vendidas no lançamento, com preços acima de R$ 17 mil por metro quadrado.
O mercado atual é formado por unidades como salas que podem variar, em média, de 30 a 60 metros quadrados, conjuntos (150² a 200 m²) e lajes corporativas (400 m² a 500 m²). O que permite atender desde pequenos negócios até grandes corporações e multinacionais.
O metro quadrado de imóveis comerciais já é negociado em média a R$ 15 mil, podendo ultrapassar os R$ 20 mil em lançamentos. Enquanto isso, imóveis residenciais na capital giram em torno de R$ 10 mil o metro quadrado.
A valorização também reflete nos aluguéis, que apresentam aumento acima da média em função da escassez de espaços disponíveis com padrão elevado de infraestrutura.
Segundo Credson Batista, diretor de Pesquisa e Estatísticas da Ademi-GO, o desempenho atual é resultado de um ambiente econômico favorável e de um ciclo de recuperação iniciado após um período de forte desaceleração no setor.
Ele afirma que houve um período anterior em que o mercado de escritórios na capital estava muito ofertado, com alta disponibilidade de unidades. A pandemia de Covid-19 acentuou esse cenário, com redução nos lançamentos e queda na ocupação dos espaços corporativos.
A partir de 2022, o mercado iniciou um processo de retomada. Um dos marcos desse novo ciclo foi o chamado “efeito Warren” — expressão usada para se referir ao impacto causado por grandes investidores e empresas que passaram a enxergar valor em imóveis corporativos em Goiânia, impulsionando os preços e atraindo novos aportes.
“Além disso, a posição geográfica estratégica de Goiânia no Centro-Oeste, especialmente frente ao crescimento do agronegócio, tem feito da cidade uma centralidade regional. Isso favorece a instalação de sedes e filiais de empresas que atuam em diversos setores”, afirma
Dados da Ademi-GO e do Censo 2022 mostram que Goiás tem registrado crescimento populacional e econômico acima da média nacional. O estado recebeu quase 200 mil migrantes nos últimos anos, tornando-se o segundo do país em volume de novos moradores. Cenário que contrasta com o encolhimento populacional observado em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo Credson, esse movimento de migração e crescimento empresarial tem impulsionado a demanda por imóveis corporativos. “Empresas vêm migrando para Goiânia para estabelecer escritórios. A cidade é um ponto fora da curva no Brasil em termos de desenvolvimento, e isso naturalmente amplia a procura por espaços corporativos qualificados”, destaca.
A Ademi-GO avalia que o cenário continuará favorável. “Temos associados com terrenos adquiridos e projetos prontos para serem lançados ainda este ano. Os dados de crescimento econômico e populacional, além da valorização contínua, mostram que ainda há muito espaço para ampliação desse mercado em Goiânia”, afirma Credson.
A combinação entre demanda crescente, valorização e escassez de produtos qualificados indica, segundo ele, que o mercado de edifícios corporativos continuará sendo uma alternativa segura e atrativa para investidores.
