Um terço dos apartamentos vendidos em Goiânia no primeiro trimestre deste ano tinha até até 50 metros quadrados.
O mercado imobiliário de Goiânia tem registrado crescimento na procura por apartamentos compactos, especialmente por parte do público universitário. Segundo dados da Ademi-GO, no primeiro trimestre de 2025, aproximadamente 1 em cada 3 apartamentos vendidos na capital tinham até 50 metros quadrados.
Esse movimento reflete uma tendência nacional de profissionalização do mercado de locação residencial. Com foco no conceito internacional conhecido como PBSA (Purpose-Built Student Accommodation) — residenciais planejados exclusivamente para moradia estudantil.
A procura por esse tipo de imóvel se intensifica especialmente no início dos semestres letivos. É quando estudantes e suas famílias buscam opções de moradia que ofereçam proximidade com universidades, segurança e infraestrutura adequada.
Em Goiânia, o segmento de moradia estudantil ainda é pouco explorado por operadores especializados, como ocorre em mercados mais consolidados, como o de São Paulo. No entanto, investidores locais já se movimentam para atender essa demanda, conforme explica Credson Batista, diretor de pesquisas da Ademi-GO:
“Ainda não temos grandes operadores profissionais atuando no segmento estudantil em Goiânia. Mas já vemos forte movimentação de investidores.”
Um dos empreendimentos que seguem o modelo PBSA é o Nomad Modern Life, desenvolvido com foco no público universitário. O residencial oferece unidades compactas próximas a instituições como o Colégio WR e o IPOG. Com infraestrutura que inclui coworking, academia, minimercado e espaços integrados de lazer e estudo — características que atendem ao estilo de vida moderno e funcional dos estudantes.
Além do aumento nas vendas, o baixo número de unidades compactas no estoque atual — apenas 14% dos imóveis disponíveis — reforça o potencial para novos lançamentos residenciais voltados ao público universitário.
Outro fator que impacta o mercado é a restrição imposta pelo novo Plano Diretor de Goiânia. Aprovado em 2023, limita a verticalização no Setor Universitário, tradicionalmente voltado para estudantes.
“É provável que regiões próximas, como o Centro, se tornem novas alternativas para abrigar esse público. Especialmente por estarem próximas da UFG e da PUC Goiás”, destaca Credson Batista.
Com forte presença de instituições de ensino e um ambiente econômico favorecido pelo avanço do agronegócio, Goiânia tende a se consolidar como um dos principais polos de moradia estudantil do Brasil.
“A cidade já tem vocação para educação e recebe estudantes de diversas regiões. Com o crescimento da renda das famílias, essa tendência tende a se intensificar nos próximos anos”, conclui Batista.