sexta-feira, 15 de agosto de 2025
Cooperativas de crédito crescem 21% em Goiás

Cooperativas de crédito crescem 21% em Goiás

Os ativos totais das cooperativas de crédito em Goiás saltaram para R$ 41,4 bilhões em 2024.

21 de julho de 2025

Foram abertas 24 novas agências em 2024, totalizando 432 pontos de atendimento em Goiás

As cooperativas de crédito seguem em forte expansão e reforçam, cada vez mais, sua relevância no Sistema Financeiro Nacional. Em Goiás, por exemplo, os ativos totais dessas instituições saltaram de R$ 34,2 bilhões em 2023 para R$ 41,4 bilhões em 2024. Um crescimento expressivo de 21%.

Além disso, os depósitos totais também apresentaram um aumento significativo, crescendo 26,3% e alcançando R$ 27,9 bilhões. Esses dados têm como base o BureauCoop (plataforma de dados das cooperativas de crédito), o Banco Central e as próprias cooperativas.

De forma geral, o crescimento ocorreu em praticamente todos os indicadores econômicos e sociais do setor. A carteira de crédito das cooperativas atingiu R$ 23,4 bilhões em 2024 — um avanço de 14% em comparação ao ano anterior.

Por outro lado, o número de cooperados também apresentou evolução expressiva: 581,8 mil em 2024, um acréscimo de mais de 65 mil pessoas (+12,6%). Como resultado, observa-se uma confiança crescente da população no modelo cooperativista.

Além do crescimento no volume de negócios, a rede de atendimento também foi ampliada. Foram abertas 24 novas unidades, totalizando 432 pontos de atendimento em Goiás — um aumento de 5,8%. Por sua vez, o número de cooperativas singulares permaneceu estável em 30, o que evidencia a consolidação organizacional do setor.

Confiança do mercado

De acordo com o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, o desempenho positivo do setor é resultado de vários fatores. Entre eles, destaca-se a credibilidade das cooperativas no mercado financeiro, somada à oferta de soluções personalizadas e à elevada capilaridade regional.

Além disso, essas instituições conseguem atender tanto pequenas quanto grandes demandas de crédito, demonstrando conhecimento aprofundado das necessidades locais. “Outro diferencial importante são as sobras anuais — o lucro líquido que é redistribuído aos cooperados, um atributo exclusivo do modelo cooperativista”, destaca Luís Alberto.

Destaques regionais

Nesse contexto, algumas cooperativas se sobressaem. Um exemplo é a Central Sicoob Uni, com sua base de filiadas. Segundo o diretor de Negócios, Marco Moisés de Oliveira, a cooperativa ampliou sua base de cooperados em 6%, em 2024, atingindo 294,8 mil.

A instituição encerrou o ano com cerca de 300 agências e 20 cooperativas singulares filiadas em todas as regiões do Brasil. Como resultado, os ativos cresceram 25,5%, somando R$ 20,8 bilhões, enquanto a carteira de crédito subiu para R$ 10,9 bilhões (+14,5%).

O Sicredi Cerrado GO, que tem sede em Goiânia e atua em outras 18 cidades goianas, também apresentou evolução significativa no ano passado. A cooperativa registrou crescimento de 31% no número de associados, que chegaram a 50 mil em 2024. Atualmente, são atendidos por 28 agências.

No mesmo período, a carteira de crédito da cooperativa alcançou R$ 2 bilhões, aumento de 46%. Em recursos totais administrados, o crescimento foi de 32%, chegando a R$ 1,935 bilhão.

Outro destaque é o Sicoob Engecred, que inaugurou seis escritórios de negócios em cidades estratégicas como Campinas, Juiz de Fora, Brasília e São Paulo. O número de associados aumentou 8%, totalizando 22,9 mil, e o volume de ativos administrados chegou a R$ 4,1 bilhões — avanço de 23%. 

Desafios atuais e oportunidades futuras

Apesar dos bons resultados, o setor ainda enfrenta importantes desafios. Segundo o presidente do Sicredi Cerrado GO, Zeir Ascari, o cooperativismo de crédito exige uma transformação cultural mais ampla.

“Enfrentamos um cenário econômico e social desafiador. Por isso, é essencial engajar os associados que já fazem parte do sistema e mostrar à sociedade o impacto positivo que causamos nas comunidades. Somente com conhecimento e senso de pertencimento conseguiremos manter nosso crescimento de forma sustentável”, pontua.

Além disso, o avanço da tecnologia e da inovação representa, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade. “Prezamos pela conveniência. O cooperado que prefere o digital, encontra canais estruturados. Já quem valoriza o atendimento presencial, também tem acesso a agências bem preparadas”, afirma Marco Moisés, da Central Sicoob Uni.

Ele ainda destaca que o cooperativismo de crédito em Goiás conta com 30 cooperativas e presença em mais de 100 municípios, empregando cerca de 5,6 mil pessoas. “Esses números demonstram a força do segmento. Mesmo diante das adversidades, o modelo cooperativo continua resiliente e pronto para crescer”, conclui.

Ambiente econômico

Por fim, segundo o Sicoob Engecred, os principais obstáculos atuais estão ligados ao cenário econômico nacional, como política fiscal rígida, juros elevados e sinais de desaceleração. Tais fatores aumentam o custo da captação de recursos e o risco de inadimplência, o que reduz a oferta de crédito no mercado.

No campo regulatório, há ainda a crescente equiparação às exigências dos bancos tradicionais, o que exige mais eficiência das cooperativas. Nesse cenário, torna-se fundamental investir em tecnologia, gestão estratégica e melhoria de processos operacionais.

Mesmo assim, o cooperativismo segue como um modelo promissor. “A geração de valor promovida pelas cooperativas está alinhada aos princípios das novas gerações, que valorizam negócios sustentáveis, socialmente responsáveis e comprometidos com a inclusão financeira e o desenvolvimento das comunidades”, finaliza.

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