PIB brasileiro cresce só 0,5% no 2º trimestre de 2025. Juros altos freiam consumo das famílias e atividade econômica.
A economia brasileira registrou crescimento de 0,5% no segundo trimestre de 2025 em comparação aos três primeiros meses do ano. De acordo com o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta segunda-feira (18/8). O resultado confirma uma desaceleração econômica, já que no primeiro trimestre houve avanço de 1,3%.
O levantamento da FGV funciona como uma prévia do PIB oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Avalia o desempenho de todos os bens e serviços produzidos no país.
Na passagem de maio para junho, a atividade econômica também cresceu 0,5%. Já na comparação entre o segundo trimestre de 2025 e o mesmo período de 2024, o PIB brasileiro avançou 2,4%. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 3,2%, totalizando R$ 6,109 trilhões em termos monetários apenas no primeiro semestre deste ano.
Segundo Juliana Trece, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), o crescimento registrado entre abril e junho foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços e indústria. No entanto, ela destaca que, enquanto os serviços tiveram um desempenho mais disseminado, a indústria apresentou resultados positivos concentrados na atividade extrativa, o que revela maior fragilidade do setor.
A economista reforça que a “relevante desaceleração” da economia no segundo trimestre está relacionada, de um lado, à ausência do forte impacto positivo da agropecuária observado nos primeiros três meses do ano. De outro, ao efeito retardado do elevado patamar dos juros altos sobre a atividade econômica.
Outro ponto de atenção é o consumo das famílias, que apesar de manter crescimento, vem apresentando queda no ritmo desde o fim de 2024. No quarto trimestre do ano passado, a expansão foi de 3,7%. No primeiro trimestre de 2025, o índice caiu para 2,6%, e agora, no segundo trimestre, desacelerou para apenas 1,5%, sempre em comparação com os mesmos períodos dos anos anteriores.
Esse comportamento mostra que o peso dos juros altos afeta diretamente o crédito, o consumo e, consequentemente, a dinâmica da economia brasileira.