segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Venda de minas goianas para grupo chinês gera reação nos EUA

Venda de minas goianas para grupo chinês gera reação nos EUA

Venda da Anglo American para a chinesa MMG inclui minas em Goiás e acirra disputa global por níquel, com reação dos EUA.

25 de agosto de 2025

Instalações da Anglo American no município de Barro Alto

O Instituto Americano do Ferro e do Aço (AISI, na sigla em inglês) pediu a intervenção do governo dos Estados Unidos junto ao brasileiro contra o acordo de venda dos ativos de níquel da Anglo American no Brasil para a mineradora chinesa MMG. A operação, que envolve minas estratégicas em Goiás, ocorre em meio à disputa global pelo controle de minerais críticos.

O AISI representa uma indústria de mais de US$ 520 bilhões em produção. Argumenta que a aquisição dará à China influência direta sobre parte relevante das reservas brasileiras de níquel. A entidade alerta que, somada ao domínio chinês na produção da Indonésia, a transação ampliaria a vulnerabilidade da cadeia global de suprimento desse mineral estratégico.

O tema foi levado à consulta pública do USTR, agência de representação comercial dos Estados Unidos. Dentro de uma investigação sobre políticas brasileiras que poderiam afetar interesses norte-americanos. Dependendo do desfecho, sanções adicionais à economia brasileira não estão descartadas.

Posição da Anglo American

Em nota divulgada nesta segunda-feira (25/8), a Anglo American afirmou que o processo de venda seguiu critérios rigorosos, com foco em encontrar um comprador responsável. A companhia avalia que a transação com a MMG é positiva para empregados, comunidades locais, acionistas e demais partes interessadas.

A mineradora britânica reforçou ainda que a saída do níquel no Brasil integra sua estratégia global de simplificação do portfólio. Priorizando projetos de cobre, minério de ferro de alto teor e nutrientes agrícolas, setores considerados centrais para a transição energética e a segurança alimentar mundial.

O que está em jogo

O negócio inclui as minas e plantas de processamento de ferroníquel de Barro Alto e Niquelândia (GO). Elas produziram 39,4 mil toneladas de níquel em 2024. Também fazem parte do acordo dois projetos de grande potencial: Jacaré (Pará), com cerca de 300 milhões de toneladas de recursos minerais, e Morro Sem Boné (Mato Grosso), estimado em 65 milhões de toneladas.

Segundo a nota da Anglo American, a MMG “herdará um negócio com mais de 40 anos de história em Goiás, responsável por gerar empregos e promover o desenvolvimento sustentável das comunidades locais”. A empresa assegura que a transição será feita em conjunto com a MMG, priorizando segurança e responsabilidade socioambiental.

Saiba mais: Anglo American vende negócios de níquel no Brasil

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.