A história da cooperativa mostra como o bordado artesanal inspirado no cerrado goiano transformou vidas, gerando renda e inclusão social.
A Cooperativa Bordana é hoje referência em artesanato sustentável e bordados manuais inspirados no cerrado goiano. Mas sua trajetória nasceu de uma história de dor transformada em ação.
A iniciativa começou com Celma Grace de Oliveira, após a perda precoce de sua filha, Ana Carolina, vítima de um raro tipo de leucemia aos 10 anos.
Para honrar o sonho da filha, que queria ser estilista, Celma fundou o Instituto Ana Carol, destinado a apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade.
Das reuniões do instituto surgiram os primeiros encontros de bordado, que logo se transformaram em um movimento coletivo de fortalecimento feminino.
Em 2011, três anos após a criação do instituto, nasceu oficialmente a Bordana. Formada por 30 cooperadas que enxergaram na arte do bordado manual uma oportunidade de geração de renda, inclusão social e preservação cultural.
Como explica Daniela Aguja, diretora comercial da cooperativa, o objetivo sempre foi “influenciar mulheres, gerar renda e manter viva a tradição cultural do bordado como arte-terapia”.
A Bordana produz capas de almofada, colchas, quadros, camisetas e peças exclusivas, todas bordadas manualmente.
As criações trazem elementos do cerrado e utilizam tecidos de fibras vegetais em um processo que valoriza a sustentabilidade e o consumo consciente.
Segundo Daniela Aguja, cada peça é feita de forma “responsável e orgânica, carregando primor, aconchego e afetos”.
A cooperativa une mulheres de diferentes idades, de 22 a 85 anos, que encontram no bordado não apenas uma fonte de renda, mas também uma forma de autonomia e valorização pessoal.
O impacto da Bordana é tão relevante que, em 2024, a cooperativa recebeu o Título de Utilidade Pública Municipal em Goiânia.
Além do reconhecimento, o grupo mantém seis pontos de venda: três presenciais — como a Loja Colaborarte, no Shopping Bougainville, e a Casa Brazilis Interiores, em Goiânia, além da Loja Museu e Casa em São Paulo — e três virtuais, incluindo site próprio, WhatsApp e o marketplace Market Coop.
Apesar de já ser um exemplo de empreendedorismo feminino e economia solidária, a Bordana mira em novos horizontes.
Para o futuro, a cooperativa pretende expandir sua rede, incluir mais participantes e fortalecer a união entre gerações para manter viva a tradição artesanal com o apoio das tecnologias contemporâneas.
“Queremos unir jovens e idosos para que juntos mantenham viva a tradição cultural do bordado artesanal, renovada com inovação e contemporaneidade”, afirma Daniela Aguja.