O Grupo Sada, conglomerado mineiro com forte atuação em logística e transporte de veículos, está ampliando sua presença no setor de biocombustíveis. A empresa anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão na conversão de duas usinas que processam cana-de-açúcar, adaptando-as também para a produção de etanol de milho. As unidades estão localizadas em Montes Claros de Goiás (GO) e Jaíba (MG).
Segundo a vice-presidente do grupo, Daniela Medioli, a estratégia busca aumentar a relevância da companhia no mercado e reduzir custos de produção. “A ideia é ser um player mais competitivo e diversificado. Deixar as usinas apenas na cana seria um risco maior. O futuro vai nessa direção”, afirmou.
Do total previsto, 30% virão de recursos próprios e 70% de crédito, incluindo linhas do Fundo Clima do BNDES. O Grupo Sada também avalia a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) como alternativa de financiamento.
Atualmente, o agronegócio representa 10% da receita da Sada. Com as novas usinas aptas a operar com milho, a expectativa é que o setor passe a responder por até 25% do faturamento nos próximos anos. A capacidade instalada saltará de 100 milhões para 360 milhões de litros anuais de etanol.
Sem produção própria de grãos, a Sada iniciou em setembro encontros com agricultores de Goiás, Mato Grosso e Bahia para garantir o fornecimento de milho. O primeiro evento ocorreu em Rio Verde (GO) e os próximos serão em Jaíba (MG) e Montes Claros de Goiás.
Além disso, a empresa construirá silos de armazenagem para 160 mil toneladas em Goiás e 120 mil toneladas em Minas Gerais.
Fundado em Minas Gerais, o Grupo Sada reúne mais de 30 empresas em diferentes setores, com destaque para o transporte e logística de veículos novos. Presente em mais de 50 cidades no Brasil e também na Argentina, o conglomerado emprega mais de 8 mil pessoas e atua ainda em siderurgia, etanol, combustíveis e reciclagem.
Em 2024, o grupo registrou crescimento de 40% em relação ao ano anterior, movimentando 380 mil toneladas de mercadorias, equivalentes a R$ 9 trilhões, de 81 clientes ativos. Foram realizadas 22 mil viagens, com uma média diária de 85 carretas embarcadas e 1,4 mil toneladas de carga movimentadas por dia útil.
Com operações em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, a empresa planeja expandir em 2025 nos setores alimentício, siderúrgico e de materiais reciclados, além de consolidar sua posição no mercado de etanol de milho, considerado estratégico para o futuro da matriz energética brasileira.