sábado, 27 de setembro de 2025
Com 35 anos de mercado, empresa goiana tem 450 mil clientes cadastrados no Brasil e aposta em novas plataformas de vendas.
O olhar visionário de um profissional de marketing causou uma transformação no setor de leilões em Goiás. João Barros apostou em um modelo de venda e alinhou o negócio com inovação e tecnologia aplicada a vendas de veículos e bens diversos. Criou a Leilo, hoje a maior agência de leilões do Centro-Oeste.
Completando 35 anos, a empresa conta com 450 mil clientes cadastrados e soma mais de 420 mil seguidores nas redes sociais. Atrai diariamente compradores de todas as partes do país e até de outros países.
“Trabalhei por muitos anos em grandes empresas e instituições financeiras, sempre ligado ao marketing. Mas em 1990 decidi que era hora de empreender e construir algo meu. Encontrei no leilão uma forma diferente de vender, com dinamismo e resultados rápidos”, conta ao EMPREENDER EM GOIÁS.
João Barros diz que percebeu um problema recorrente: as instituições financeiras, após reaverem bens de operações de crédito não pagas, tinham dificuldade em lidar com esses ativos. “Quando eu trabalhava em banco, sentia que os gerentes se deparavam com muitas operações que não davam certo”, explica.
O empreendedor viu uma oportunidade e encontrou o seu espaço. A ideia era simples, mas inovadora para a época: oferecer aos bancos e seguradoras, detentores desses bens, a expertise e a estrutura para a venda.
A empresa vende, em média, 3 mil veículos por mês, incluindo carros, motos, caminhões, máquinas pesadas e leves. Além disso, também atua na venda de imóveis. Está presente em 16 estados brasileiros e mantém uma estrutura com 250 colaboradores na matriz e pátios regionais. A operação envolve motoristas, fotógrafos, equipe administrativa, marketing, leiloeiros e especialistas financeiros.
O empresário afirma que, por anos, os leilões ainda dependiam de classificados em jornais impressos para atrair interessados. Com a queda da circulação dos impressos e a ascensão do digital, a Leilo enxergou a oportunidade de criar sua própria plataforma.
O site concentra todo o processo: cadastro de clientes, divulgação de bens, recebimento de lances e fechamento das vendas. Hoje, os leilões são realizados todos os dias, com prazos curtos entre a abertura e o encerramento dos lotes. Podem ser ainda acompanhados pelas redes sociais da empresa e pelo canal oficial do YouTube.
Além disso, João Barros relembra que precisou reestruturar o formato do negócio durante a pandemia de Covid-19. A antiga sede do então Leilão Master Hall chegava a receber 800 pessoas. Porém, foi necessário investir no digital e fazer um rebranding da marca.
“Trazemos o nome Leilo exatamente para abreviar, para tornar um nome mais adequado para o momento digital que nós estávamos vivendo”, explica.
A Leilo tem lançado inovações para ampliar seu alcance e oferecer novas soluções aos clientes. Uma das principais apostas recentes é a Leilo Shop, uma plataforma que permite a venda de bens de terceiros.
“Nem todo mundo quer lidar com visitas em casa ou com a demora de anúncios. Então criamos uma alternativa: você cadastra seu bem conosco e nós colocamos no leilão. Pode ser um carro, um maquinário agrícola, um computador, um celular ou até um ar-condicionado. Pessoas físicas e empresas podem vender na plataforma”, explica.
Também lançou a AutoLM, um sistema de venda direta exclusiva para lojistas. Essa modalidade atende empresas que desejam comercializar apenas veículos mais novos, sem disputa aberta.
“É voltado para lojistas cadastrados, com acesso restrito. O cliente vê o showroom digital, faz a oferta e, se ela estiver dentro do esperado pelo banco, a venda é concluída rapidamente”, detalha João Barros.
Além da plataforma digital, a Leilo está construindo uma loja física para comercializar veículos seminovos de bancos parceiros. Mas em formato de venda direta, sem a dinâmica de lances. A loja ficará no Pátio Central da empresa, em Aparecida de Goiânia.
“Há clientes que não querem participar da disputa em leilão. Para eles, a loja será uma alternativa. Essa modalidade deve começar com veículos de passeio e motos, mas já temos previsão de abrir um espaço específico para caminhões”, revela.
Para João Barros, o segredo está em manter o dinamismo que sempre guiou a empresa. “O Brasil está mudando e o nosso mercado também. O importante é estar presente, preparado e conectado ao consumidor. Acredito que o futuro dos leilões será cada vez mais digital, rápido e acessível”, conclui.
