segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Comércio em Goiás já se prepara para a Black Friday de novembro com grande expectativa de aumento nas vendas. Mas há desafios. Confira.
Faltam pouco mais de dois meses para a Black Friday 2025, mas as redes de lojas em Goiás já estão se preparando para aproveitar a data da melhor forma. No Brasil, de acordo com levantamento Grupo Stefanini, o faturamento deve somar R$ 13,6 bilhões neste ano. Com 17,2 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 808. Isso corresponde a uma alta de 16,5% sobre 2024.
Já uma pesquisa encomendada pelo Google à Offerwise revelou que 6 a cada 10 brasileiros pretendem aproveitar a ocasião. Entre os que querem comprar, 48% já possuem uma lista de desejos e 39% pretendem gastar mais neste ano. Além disso, 49% planejam financeiramente e 54% guardam dinheiro especificamente para esse momento, dentre os quais 83% iniciam a economia mais de um mês antes.
Tendo esses números em vista, os empresários goianos já se preparam. O Shopping dos Cosméticos começou a planejar em julho sua Black Friday de 2025 e o Natal. Isabela Bastos, gerente de marketing da empresa, ressaltou a importância da Black Friday ao Empreender em Goiás.
“Nos últimos quatro anos, consolidamos uma marca forte de Black Friday, reconhecida pelo mercado e pelo cliente. Esse sucesso se reflete diretamente em nossos números: temos realizado os melhores novembros da história da empresa, com sextas-feiras que se tornam marcos de vendas e superação de metas”, diz.
De acordo com Priscila Mendes, gerente comercial do Shopping dos Cosméticos, a loja aposta em uma boa curadoria de produtos para se destacar na ocasião. ‘“Não trabalhamos com itens encalhados ou de pouco interesse. Pelo contrário, a nossa Black Friday é composta por produtos de desejo, aquilo que o cliente realmente busca e valoriza. Esse compromisso nos diferencia do mercado e fortalece a confiança do consumidor na nossa marca.”
A expectativa da loja é que números ainda melhores do que os de 2024 sejam alcançados neste ano. “Estamos certos de que a Black Friday 2025 será ainda melhor que a de 2024, pois seguimos levando a sério cada detalhe da campanha e mantendo o foco em entregar ao cliente a melhor experiência de compra, aliando preço, qualidade e planejamento estratégico”, afirmou Priscila.
Na Flávio’s Calçados, o planejamento envolve transformar novembro no Mês Black e aumentar o faturamento acima de 12% em relação ao mesmo mês do ano passado. As unidades físicas e o e-commerce adotarão uma série de ações: ofertas, experiência omnichannel (multicanais) integrada e participações na mídia através da internet, TV, rádio e influenciadores.
“A Black Flávio’s representa uma fatia considerável do nosso faturamento anual, sendo fundamental para a saúde financeira e o posicionamento da empresa nos mercados goiano e mineiro”, frisa Ludmila André, gerente de marketing.
A Novo Mundo, uma das maiores lojas de varejo de Goiás, tem como expectativa crescer o faturamento em 75% em relação ao ano passado. “O último trimestre representa quase 46% do faturamento anual, e todo o varejo concentra na Black Friday a maior parte deste volume”, afirmou José Guimarães, CEO da Novo Mundo.
O planejamento envolve oferecer descontos e facilidades de pagamentos e no crediário próprio. “Vamos neste ano com a Nossa Black dos Sonhos Novo Mundo focada em crédito extra para nossos clientes e ofertas com descontos variados em todas as categorias de produto”, afirmou
A Black Friday já está presente no Brasil há 15 anos e, apesar de estar consolidada atualmente, começou devagar. No início, poucas lojas aderiram à prática, enquanto o e-commerce se mostrava mais aberto à data. Hoje, todos os segmentos aderem à Black Friday. As promoções até mesmo deixaram de ocorrer apenas na última sexta-feira de novembro e invadiram o mês todo.
Wanderson Lima, gerente de negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), acredita que a tendência de crescimento continua e as oportunidades serão muitas. “Para 2025, a expectativa é positiva. A gente vem de alguns anos com percentuais crescentes no e-commerce e nas lojas físicas e este ano não será diferente. A Black Friday está entre as cinco melhores datas de venda para o varejo”, afirma.
Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Goiás (Fecomércio), concorda com esse status elevado que a Black atingiu. “A Black Friday sempre é uma data muito esperada. Costumamos dizer que já não é apenas uma Black Friday, mas sim uma Black November, já que o mês inteiro é marcado por promoções – o que também é bastante positivo”, afirmou.
No entanto, alguns empresários podem enfrentar desafios durante o mês de novembro. Um dos principais é a concorrência, já que praticamente todos os segmentos e lojas estão falando sobre Black Friday. Além disso, caso não haja um planejamento antecipado, é possível que muita coisa dê errado.
Para Wanderson, fatores como negociação com fornecedores, preços, produtos, logística, atendimento e segurança de pagamento e recebimento precisam ser pensados muito antes. “É preciso deixar tudo organizado antes: estoque, entrega, promoções, kits, equipe treinada. Além disso, fazer uma boa comunicação entre todos os canais”, afirmou.
O gerente de negócios acredita que caprichar nas promoções pode alavancar o sucesso das vendas “É preciso oferecer desconto e pensar em qual produto é possível oferecer mais desconto. Além disso, fazer descontos progressivos, ou seja, quanto mais compra mais ganha desconto”, alerta.
De acordo com Marcelo Baiocchi, o planejamento é a fonte do sucesso na Black Friday: “O maior desafio dos empreendedores está em planejar corretamente o estoque, prever a demanda, além de investir em comunicação e marketing eficientes para atrair os clientes.”
A expectativa para a Black Friday e para o mês como um todo é boa, mas é preciso entender que o cliente está atento e mais informado do que nunca. A tecnologia avançou bastante nos últimos anos e, agora, a Inteligência Artificial está na mão do consumidor para fazer buscas e acompanhar preços.
“O empresário precisa estar atento às promoções e não fazer a famosa “metade do dobro”, aquelas promoções que não são reais. “É preciso estar atento com isso porque o consumidor está bem informado”, afirma Wanderson.
