segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Juros de bancos e cartões de crédito disparam

Juros de bancos e cartões de crédito disparam

Rotativo do cartão dispara para 451,5% ao ano, taxa média para famílias chega a 58,4% e para empresas sobe para 25,2%.

29 de setembro de 2025

As taxas de juros cobradas por bancos no Brasil voltaram a subir em agosto, pressionando famílias e empresas. Os dados fazem parte das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta segunda-feira (29/9) pelo Banco Central (BC) em Brasília.

O cartão de crédito rotativo registrou alta de 5,3 pontos percentuais (pp) em agosto, chegando a 451,5% ao ano. Trata-se de uma das taxas mais altas do mercado. Mesmo após a limitação imposta em 2024, que buscava reduzir o endividamento das famílias.

Nos últimos 12 meses, os juros do rotativo aumentaram 24,6 pp. Essa cobrança acontece quando o consumidor paga apenas parte da fatura, financiando o restante com juros altíssimos. Após 30 dias, o saldo é automaticamente migrado para o parcelado do cartão de crédito, cuja taxa recuou para 180,7% ao ano.

No consolidado, a taxa média de crédito livre para famílias ficou em 58,4% ao ano.

Crédito para empresas

Nas operações com empresas, os juros médios do crédito livre aumentaram 0,2 pp em agosto, acumulando alta de 4,2 pp em 12 meses, para 25,2% ao ano.

O maior impacto foi observado no capital de giro com prazo até 365 dias, que saltou 9,6 pp no mês, atingindo 38% ao ano.

No crédito direcionado, que inclui habitação, setor rural, infraestrutura e microcrédito, os custos se mantiveram mais baixos. Para pessoas físicas em 11,1% ao ano (queda de 0,2 pp no mês). Para empresas em 13,6% ao ano (redução de 0,1 pp). Mesmo assim, ambos acumularam alta em 12 meses.

Selic pressiona

A taxa média geral dos juros bancários, considerando crédito livre e direcionado, alcançou 31,8% ao ano em agosto. O resultado reflete o atual ciclo de política monetária, com a Selic mantida em 15% ao ano pelo Copom.

Segundo o Banco Central, os juros altos encarecem o crédito e reduzem a demanda, ajudando a conter a inflação. A previsão é que a Selic permaneça nesse patamar até o fim de 2025.

O crédito ampliado ao setor não financeiro chegou a R$ 19,7 trilhões, alta de 1,1% no mês e de 11,7% em 12 meses, puxado pelos títulos públicos.

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