Nove em cada 10 empresas em Goiás são pequenos negócios, que respondem por 67% dos empregos formais no estado.
Os pequenos negócios são um braço forte da economia goiana. De acordo com o Panorama dos Pequenos Negócios em Goiás, divulgado pelo Sebrae, 38% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado é gerado por esses negócios. Incluem os microempreendedores individuais (MEI) e as micro e pequenas empresas (MPE).
Levando em conta que o PIB goiano de 2024 somou R$ 377,1 bilhões, os pequenos negócios contribuíram com valores superiores a 143 bilhões. São cerca de 897 mil empreendimentos do tipo em Goiás, 4% dos 23 milhões em todo o país.
Nove em cada 10 empresas em Goiás são pequenos negócios, divididos entre 493,6 mil MEIs, 352 mil micro empresas e 51,3 mil empresas de pequeno porte. Juntos, respondem por 67% do total de empregos formais no estado. Além disso, o saldo de empregos gerados por eles de janeiro a julho de 2025 supera os 41 mil.
O crescimento do setor variou 68% desde 2020, passando de 533 mil para quase 900 mil empresas em cinco anos. Metade dos pequenos empreendedores atua com serviços, enquanto 31% no comércio e 10% na indústria.
As atividades mais comuns são cabeleireiros e tratamentos de beleza, restaurantes e bebidas e comércio de roupas e acessórios. Todas as três atividades possuem mais de 40 mil pequenos negócios em Goiás.
Um exemplo é o de Karoline Gam, proprietária da Nabeauty Goiânia, que atua no ramo de beleza. Seu negócio tem crescido e está mantendo uma crescente nos atendimentos e fidelizando clientes em apenas 5 meses de operação. Ainda assim, a empresária relata alguns desafios, como encontrar e manter profissionais qualificados e alinhados à cultura da empresa.
“A constante inovação e a competitividade do setor de beleza também nos exigem estar sempre atualizadas, inovando para fidelizar nossas clientes. E claro, a gestão financeira e de custos é um desafio diário, mas que encaramos como oportunidades para aprender e aprimorar nossa operação”, afirmou Karoline ao EMPREENDER EM GOIÁS.
De acordo com o Sebrae, os principais desafios desses empreendedores são o aumento de custos, a falta de clientes, dívidas com empréstimos e com impostos. Por conta disso, 40% reclama que ainda têm muitas dificuldades para manter seu negócio. Mesmo assim, Karoline enxerga as dificuldades como oportunidades.
“Empreender em Goiás, especialmente em Goiânia, é muito gratificante. Vejo como grandes pontos positivos a receptividade e o senso de comunidade forte do mercado goiano, que valoriza o bom serviço e atendimento premium. Além disso, a dinamicidade da economia do estado e a segurança criam um ambiente favorável”, afirmou.
Lucas Mattos, CEO da agência de comunicação e produção Eskutaki, enxerga os mesmos pontos positivos. “Ter um pequeno negócio em Goiás é extremamente positivo pela força da cultura local, pelo calor humano das relações e pela abertura que o mercado oferece para ideias criativas e autênticas. Aqui, a proximidade entre empreendedores e clientes cria uma rede de apoio muito forte, que valoriza parcerias e fortalece negócios”, frisa.
Para ele, um dos maiores desafios é a desconfiança que o setor da comunicação tem. “Outro desafio constante é lidar com a alta demanda de mercado, mantendo a qualidade, a criatividade e a personalização de cada entrega. Também enfrentamos, como todo pequeno negócio, questões relacionadas à gestão de tempo, custos e adaptação às rápidas mudanças do mercado digital”, comentou
Segundo o Atlas dos Pequenos Negócios, divulgado pelo Sebrae em setembro, a renda anual gerada por pequenos empreendedores é de R$717 bilhões. Nacionalmente, os MEIs ganham cerca de R$ 1.900 por mês. Já o empresário de micro e pequena empresa ganha, em média, R$ 4.200 por mês.