quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Goianos compram usinas nucleares da Eletrobras

Goianos compram usinas nucleares da Eletrobras

Grupo J&F pagará mais de meio bilhão de reais por usinas da Eletronuclear.

15 de outubro de 2025

A Eletronuclear opera as usinas Angra 1 (foto), com potência instalada de 640 MW, e Angra 2, com 1.350 MW

A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (15/10) que vendeu toda a participação que tinha na Eletronuclear para a empresa Âmbar Energia, do Grupo J&F. Trata-se da holding controlada pelos irmãos goianos Joesley e Wesley Batista. Eles pagarão R$ 535 milhões pela participação societária.

A Âmbar passará a deter 68% do capital (ações) total e de 35,3% do capital votante da Eletronuclear. Mas o negócio ainda está sujeito à aprovação dos órgãos reguladores.

Além do valor, a J&F se comprometeu a assumir as garantias prestadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear. Além da integralização das debêntures (títulos de dívida) acordadas com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões.

Usinas nucleares

Controlada pelo governo por meio da estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), a Eletronuclear opera o Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. O governo detém 64,7% do capital votante e 32% do capital total.

A Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), e Angra 2, com 1.350 MW. Além do projeto de Angra 3, de 1.405 MW, parado há quatro décadas.

Somadas, as três unidades podem gerar até 3.400 MW, o suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas.

Comprador

A Âmbar Energia é uma das unidades de negócio do Grupo J&F, dono de empresas com a JBS, maior produtora de alimentos à base de proteínas do mundo. Possui 39 usinas, com portifólio de energia solar, hidrelétricas, biodiesel, biomassa, biogás, gás natural, entre outras.

O presidente da empresa, Marcelo Zanatta, disse que a energia nuclear combina estabilidade, previsibilidade e baixas emissões de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global.

“Características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia”, frisou.

“Com esta aquisição, consolidamos o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro, combinando diferentes fontes para garantir segurança energética, sustentabilidade e competitividade”, avalia o presidente em comunicado à imprensa.

Eletrobras

A Eletrobras é a maior companhia de geração de energia elétrica do Brasil, com capacidade geradora equivalente a 22% do total da capacidade instalada do país. A empresa foi privatizada em 2022, no governo de Jair Bolsonaro.

Desde 2023, a Eletrobras negociava a venda da participação na Eletronuclear, assessorada pelo banco BTG Pactual. A Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024.

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