
Com a maior taxa de empreendedorismo da Região Centro-Oeste (19,1%), Goiânia, que completa 92 anos de fundação nesta sexta-feira (24), se consolida como uma das capitais mais dinâmicas do Brasil. Segundo o Sebrae, o índice coloca a cidade à frente de Cuiabá (16,9%), Campo Grande (14,4%) e Brasília (14,3%). No ranking nacional, fica na sétima posição geral.
A capital goiana abriga 313 mil empresas ativas, o que representa 31% dos negócios com fins lucrativos de Goiás. Desse total, 56% são do setor de serviços e 93% são pequenos empreendimentos. Isso representa um crescimento de 132% em dez anos.
Os pequenos negócios respondem por 61% dos novos empregos gerados em 2025 em Goiânia, contribuindo para uma das menores taxas de desocupação entre as capitais brasileiras.
De acordo com a Junta Comercial (Juceg), 48,8 mil empresas foram abertas este ano em Goiânia, sendo 35 mil Microempreendedores Individuais (MEIs). As principais atividades estão ligadas a promoção de vendas, serviços administrativos e comércio de vestuário.
Para o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, o processo de abertura de empresas está mais ágil. “A Junta Comercial consegue registrar contratos em até 24 horas quando toda a documentação está regular”, diz.
Ele ressalta, porém, que as licenças regulatórias ainda são um desafio. Especialmente para empresas que dependem da Vigilância Sanitária ou de órgãos ambientais. “É essencial equilibrar preço, qualidade e visibilidade, além de dispor de recursos de caixa suficientes para sustentar o negócio até atingir a maturidade”, afirma.
O presidente da Fieg, André Rocha, destaca que o custo com terrenos e o zoneamento industrial são obstáculos históricos, mas o novo Plano Diretor prevê áreas específicas para o setor.
“A transição para o novo IVA exigirá adaptações complexas, principalmente nas áreas contábil e fiscal. Além disso, o acesso ao crédito e aos incentivos fiscais ainda é limitado”, diz.
Ele aponta ainda a competição com estados vizinhos e o alto custo logístico e energético, reforçando a importância da inovação e sustentabilidade como diferenciais competitivos.

O cooperativismo impacta cerca de 850 mil pessoas em Goiânia, segundo estimativa do Sistema OCB/GO. De acordo com o presidente da entidade, Luís Alberto Pereira, existem 74 cooperativas associadas na capital, reunindo 290 mil cooperados.
“A criação de uma cooperativa representa uma oportunidade de desenvolvimento coletivo, mas requer planejamento e engajamento”, frisa.
Os setores de crédito e saúde lideram o movimento, seguidos pelas cooperativas de habitação e energia, que crescem com foco em sustentabilidade e redução de custos.
De acordo com a secretária interina de Desenvolvimento Econômico, Bárbara Sousa, o bom desempenho da cidade é resultado de medidas de simplificação e estímulo. “Nosso compromisso é garantir que o empreendedor local tenha suporte desde a formalização até o crescimento”, diz.
Entre as iniciativas estão a Casa do Empreendedor, em parceria com o Sebrae, e o programa Avança Goiânia, que está em andamento para oferecer crédito assistido e capacitação.
Além dos avanços da simplificação e desburocratização dos processos de abertura de empresas, por meio da RedeSim e da modernização de sistemas internos. Com isso, o tempo médio para formalizar uma empresa caiu para cerca de 23 horas.
Bárbara Sousa destaca ainda que há a previsão de cinco polos em diferentes estágios de implantação. São eles: