quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Empreendedorismo e destruição criativa

Empreendedorismo e destruição criativa

Sofremos ainda com a importação de novas tecnologias, reforçando assim a nossa dependência externa

28 de outubro de 2025

Em fevereiro de 1883, nasceu na Áustria Joseph Alois Schumpeter, um dos mais brilhantes economistas da primeira metade do século XX, responsável pela teoria do desenvolvimento e dos ciclos econômicos.

Ex-ministro da economia de seu país, banqueiro e professor das universidades de Bonn e Harvard, Schumpeter acreditava que empresários audaciosos (empreendedores) com propostas de inovações tecnológicas, aqui entendidas como “destruição criativa”, promoveriam a expansão econômica, o desenvolvimento das regiões e as novas oportunidades de negócios.

Portanto, produtos e serviços nascem, crescem e morrem, sendo substituídos por soluções mais eficientes e modernas.

Em 1968 foi instituído o Prêmio de Economia, oficialmente denominado Prêmio do Banco da Suécia para as Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel. 

A primeira premiação foi atribuída em 1969 ao norueguês Ragnar Frisch e ao holandês Jan Tinbergen pelo desenvolvimento e aplicação de modelos dinâmicos para a análise de processos econômicos.

Em 2025, os laureados foram o holandês Joel Mokyr, o francês Philippe Aghion e o canadense Peter Howitt por terem explicado o crescimento econômico impulsionado pela inovação, baseados nos estudos de Schumpeter.

Mokyr foi reconhecido por identificar as condições necessárias para o progresso econômico sustentado. Ao mesmo tempo, Aghion e Howitt receberam o prêmio pela teoria do crescimento, onde o processo no qual inovações novas e melhores substituem as anteriores.

Goiás, embora seja uma região com 300 anos de existência, tem uma economia com grau relativamente recente de desenvolvimento, talvez com um pouco mais de 50 anos.

Ao longo desse período contemporâneo, diversas políticas públicas foram criadas para a mudança dos padrões tecnológicos de produção local. Instituições como a FAPEG, criada em 2005, além dos programas de pesquisa e desenvolvimento da UFG, Institutos Federais, PUC-GO e UNIEVANGÉLICA são relevantes para essa construção.

Notícias recentes apontam que o ecossistema de inovação goiano tem sido referência no país, quando o assunto é biotecnologia, impactando áreas como a saúde, agronegócio, energia, sustentabilidade e indústria.

Mesmo com a existência de pesquisa e desenvolvimento na economia local, ela ainda é insuficiente para alcançarmos um nível desejado de desenvolvimento sustentável.

Sofremos ainda com a importação de novas tecnologias, reforçando assim a nossa dependência externa. Não apenas os governos são responsáveis por essas mudanças.

As universidades e os empresários também precisam continuar dando a sua contribuição à nossa “destruição criativa”.

 Importante lembrar que essa preocupação ocupa um espaço relevante no cenário é visto na atual premiação do “Nobel de Economia”, baseada nas teorias de Schumpeter. Acredito nos empreendedores de Goiás, sempre ousados e inovadores.

Eles são os verdadeiros protagonistas do progresso goiano.

Que assim seja!

Paulo Borges Campos Jr. é economista, com Doutorado pela UFG, membro da Tarumã Consultoria Econômica, palestrante e foi reitor da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). paulobcampos@yahoo.com.br

Paulo Borges Campos Jr. é economista, com mestrado e doutorado pela UFG

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