Economista avalia cenário atual e aponta os principais desafios para a economia brasileira na abertura do CoopsParty Summit 2025.

Apesar das incertezas internas e externas, o cenário para o Brasil é otimista, afirma o economista Luís Artur Nogueira. Contudo, para ele, o maior desafio do País não está na economia. Mas no campo político, que “impede um maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro”.
Nogueira foi um dos principais palestrantes da abertura do CoopsParty Summit 2025, nesta quarta-feira (29/10). O evento é realizado até sábado (1°/11), pelo Sistema OCB/GO, no Centro de Convenções de Goiânia.
O economista listou incertezas globais, como guerras bélicas e tarifárias, e criticou as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Nogueira entende que Trump, ao tentar vencer a batalha tecnológica contra a China, cumpre o que prometeu em sua campanha eleitoral do ano passado. Mas erra na execução. Ele disse que o presidente dos EUA quer tirar 30 anos de prejuízos em poucos meses.
No entanto, há um lado positivo, segundo Nogueira, já que os juros no país americano estão diminuindo. “Quanto menores os juros nos EUA, mais dinheiro vai para os países emergentes, como o nosso”, frisou. Ele acredita que o Brasil continuará atraindo investimentos internacionais e que o “tarifaço” de Trump teve baixo impacto real na economia global.
Nogueira avalia que a economia do Brasil está com crescimento desacelerado. Neste ano, o aumento do PIB será na casa dos 2%. Segundo o economista, uma das principais causas está na política. “O maior problema econômico do Brasil é, na verdade, político”, comentou.
O economista criticou o atual governo federal por buscar aumentar a renda da população com recurso público, o que está aumentando a dívida. “O segundo maior problema econômico do Brasil é fiscal”, enfatizou. Para Nogueira, quem quer que seja eleito terá que ajustar as contas públicas a partir de 2027.
Ainda assim, para o economista, o cenário geral é de otimismo. “Afinal, o Brasil é um dos poucos países emergentes atrativos para investimentos internacionais. Vários outros estão envolvidos com conflitos ou governos instáveis. Apesar de nossos problemas, o mundo inteiro vai continuar colocando dinheiro na gente”, concluiu.

A abertura oficial do CoopsParty Summit 2025, no Centro de Convenções em Goiânia, foi feito simultaneamente com a Feira da Indústria, Comércio, Habitação, Empreendedorismo e Cooperativismo (FIC Goiás). A feira é uma realização de diversas entidades do setor produtivo com o objetivo de gerar um ambiente promissor para negócios, empreendedorismo e tecnologia.
“Vamos abordar, no CoopsParty, o que podemos fazer para criar um mundo mais desenvolvido às próximas gerações”, afirmou Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, na solenidade da abertura. “Viemos trazer o que temos de melhor: inovação, tecnologia e desenvolvimento”, disse o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, celebrou a aliança estratégica do setor produtivo goiano. “Estamos criando um ecossistema de prosperidade e desenvolvimento”, frisou.
A programação do evento segue nesta quinta-feira (30/10), juntamente com as demais atrações da FIC Goiás 2025. A partir das 14 horas, haverá uma série de painéis de debate nos palcos do Coopsparty. Às 18 horas, a palestrante Daniela Klaiman falará sobre o futuro do varejo.