sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Agroindústria deve gerar 207 mil empregos no Centro-Oeste

Agroindústria deve gerar 207 mil empregos no Centro-Oeste

Pesquisa da CNI aponta destaque para as agritechs, biotechs e nanotechs.

31 de outubro de 2025

Jefferson Gomes, diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A agroindústria da Região Centro-Oeste deverá responder por 207 mil empregos até 2027. Segundo previsão apresentada por Jefferson Gomes, diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O destaque é para a integração com setores de tecnologia. Em especial agritechs, biotechs e nanotechs focadas em bioprodutos, bioinsumos e saúde, reforçando a transformação do agronegócio no Centro-Oeste.

Durante a etapa regional da Jornada Nacional de Inovação da Indústria, realizada em Goiânia no âmbito da Expoind 2025, com apoio do Sebrae, a CNI apresentou o panorama da inovação nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Jefferson Gomes destacou que a participação da região na produção nacional de etanol saltou de 27,5% para 45%, puxada pelo milho. E que entre 1996 e 2022 o valor da transformação industrial cresceu 173% — a maior taxa do país, refletindo a modernização do agronegócio.

Empregos e tecnologia

O crescimento da agroindústria no Centro-Oeste não se restringe ao volume de produção ou à mecanização. Com a visão estratégica na inovação, surgem oportunidades para empresas de tecnologia agrícola (agritechs), biotecnologia (biotechs) e nanotecnologia (nanotechs) voltadas a bioprodutos, bioinsumos e saúde.

Esses segmentos têm papel central para elevar a competitividade do agronegócio. Além de diversificar a cadeia de valor, reduzir desperdícios, e aproveitar a biodiversidade regional com soluções de vanguarda.

Demandas

Com previsão de 207 mil novos empregos até 2027 na agroindústria do Centro-Oeste, há implicações relevantes. Entre elas: demanda por profissionais com formação em tecnologia, digitalização, biotecnologia e nanotecnologia; oportunidades para startups, spin-offs e empresas de base tecnológica se inserirem no agronegócio; impacto positivo sobre a economia regional, com geração de emprego, renda e inovação; e necessidade de políticas de qualificação e fomento para capturar esse potencial.

A previsão de 207 mil empregos até 2027 na agroindústria do Centro-Oeste abre uma janela estratégica para agritechs, biotechs e nanotechs. Se bem aproveitada — com inovação, digitalização e economia sustentável. Essa virada pode tornar a região ainda mais competitiva, na vanguarda da transformação do agronegócio brasileiro. A etapa da Jornada Nacional de Inovação da Indústria em Goiás marca um ponto de inflexão neste processo.

Desafios estratégicos

A CNI identificou os principais gargalos da inovação industrial no Centro-Oeste: escassez de capital humano qualificado (32,6%), resistência cultural e baixa maturidade digital (24,5%), burocracia e regulação excessiva (20,3%), necessidade de valorizar biodiversidade e ciência nacional (16,6%) e alto custo de infraestrutura e adoção tecnológica (16,6%).

Esses elementos devem ser tratados em políticas públicas, programas de capacitação e estímulos à inovação para que o potencial da região seja plenamente aproveitado.

No lado das oportunidades, a CNI apontou cinco frentes prioritárias: impulsionar a transição digital para ganhos de competitividade (34,6%), acesso a fomento e viabilização da inovação (23,1%), ganhos em eficiência e continuidade de negócios (16,9%), fortalecer ecossistemas e fomentar inovação aberta (14,3%) e explorar biodiversidade estrategicamente e promover a economia circular (11,1%).

Essa lista mostra que há espaço tanto para investimentos em tecnologia como para iniciativas de sustentabilidade e economia circular — áreas em que agritechs, biotechs e nanotechs podem ter papel central.

Centro-Oeste

A região Centro-Oeste tem características estruturais que favorecem o crescimento da agroindústria tecnológica. Como forte base no agronegócio tradicional (grãos, etanol, milho), crescimento expressivo da transformação industrial (173% entre 1996-2022), aumento da participação na produção de etanol para 45% da nacional e necessidade de diversificação, agregação de valor e incorporação de tecnologia.

Esses fatores criam um ambiente propício para empresas de tecnologia agrícola, biotecnologia e nanotecnologia que queiram se posicionar como parceiras do agronegócio, gerar empregos qualificados e contribuir para a modernização sustentável da cadeia produtiva.

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