sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Mercado de trabalho dá sinais de pleno emprego no Brasil

Mercado de trabalho dá sinais de pleno emprego no Brasil

Brasil registra taxa de desocupação de 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025, menor da série histórica do IBGE.

31 de outubro de 2025

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025 — igualando o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. Em relação ao trimestre móvel anterior (5,8%), houve queda de 0,2 ponto percentual (p.p.). Na comparação anual com o mesmo trimestre móvel de 2024 (6,4%), a redução foi de 0,8 p.p. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31/10) pelo IBGE.

O total de pessoas desocupadas soma 6 milhões, o menor contingente da série histórica. No trimestre, o número recuou 3,3% (menos 209 mil pessoas). Na comparação com 2024, caiu 11,8% (menos 809 mil pessoas).

Já a população ocupada atingiu 102,4 milhões de pessoas, crescimento de 1,4% no ano (mais 1,4 milhão de pessoas). O nível de ocupação — percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — teve pequena alta de 0,3 p.p. em relação ao ano anterior (58,4%).

Rendimento

O rendimento real habitual médio de todos os trabalhos atingiu R$ 3.507. Também um novo recorde histórico, com crescimento de 4% no ano. A massa de rendimento real habitual totalizou R$ 354,6 bilhões, também em recorde histórico, com alta de 5,5% (mais R$ 18,5 bilhões) em relação ao ano anterior.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho recuou para 13,9%, o menor nível da série. Com queda de 0,5 p.p. frente ao trimestre anterior (14,4%) e de 1,8 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2024 (15,7%).

A população subutilizada somou 15,8 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Houve recuo de 4,0% (menos 664 mil pessoas) no trimestre e de 11,4% (menos 2,0 milhões) no ano.

Desalentada e informalidade

A população subocupada por insuficiência de horas (trabalham menos horas do que gostariam) somou 4,5 milhões, queda de 9,9% (menos 497 mil pessoas) no ano.

A população desalentada (que desistiu de procurar trabalho) somou 2,6 milhões, o menor nível desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015.

Já a taxa de informalidade alcançou 37,8% da população ocupada (ou seja, 38,7 milhões de trabalhadores informais), ligeiramente abaixo da registrada no trimestre encerrado em setembro de 2024 (38,8% ou 39,2 milhões de pessoas).

Emprego por setor

Empregados no setor privado totalizaram 52,7 milhões, recorde da série, sem variação significativa no trimestre ou no ano. Os com carteira assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) também alcançaram novo recorde: 39,2 milhões, com estabilidade no trimestre e alta de 2,7% no ano (mais 1,0 milhão de pessoas).

Os empregados sem carteira no setor privado somaram 13,5 milhões, estáveis no trimestre e recuaram 4,0% no ano (menos 569 mil pessoas). Empregados no setor público totalizaram 12,8 milhões, estáveis no trimestre e alta de 2,4% no ano (mais 299 mil pessoas).

Trabalhadores por conta própria somaram 25,9 milhões, estáveis no trimestre e cresceram 4,1% no ano (mais 1 milhão de pessoas).

Desafios

O mercado de trabalho brasileiro atinge sinais claros de aquecimento e aproximação de níveis considerados próximos ao pleno emprego. A combinação de taxa de desocupação de 5,6% — recorde ou quase recorde — com renda real em alta, queda acentuada na subutilização e informalidade estável sugere uma trajetória de recuperação consolidada.

Para empresas, governo e investidores, esse cenário gera demandas maiores por mão de obra qualificada, pressões salariais e desafios para aumentar a produtividade. Do ponto de vista das políticas públicas, o reforço no fortalecimento da formalização e da qualificação profissional ganha relevo para sustentar o ciclo.

Saiba mais: Agroindústria deve gerar 207 mil empregos no Centro-Oeste

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.