Superação e persistência: conheça a história de José Ribeiro que, junto com a sua família, abriu o Churrasco du Zé em Goianésia.

O hábito de assar carne em festas de amigos se tornou uma fonte de renda para José Ribeiro de Freitas Filho, proprietário do Churrasco du Zé, em Goianésia, a 176 quilômetros de Goiânia. Do início improvisado em 2018, com apenas seis mesas feitas de pallets de madeira, hoje o restaurante tem capacidade para 150 pessoas. Já chegou a faturar R$ 2 milhões por ano.
Nessa jornada, a esposa dele, Gricélia Medeiros, participou de todo o processo. José conta que, em 2018, precisou dar uma guinada na vida ao se ver desempregado e com dívidas. Um amigo dele foi quem sugeriu que o empresário transformasse o talento que tinha para assar carnes para ganhar dinheiro.
Entretanto, José conta que não tinha capital para começar e teve que improvisar – literalmente falando – a abertura da empresa. As mesas e bancos do primeiro restaurante foram feitos de pallets recolhidos em lojas de materiais de construção.
“Eu desmontava os pallets e reaproveitava os pregos de um para usar em outro. Passei três meses construindo as mesas sozinho, sem nunca ter mexido com isso”, conta ao EMPREENDER EM GOIÁS.
O empresário lembra que o seu primeiro ponto comercial foi alugado com o dinheiro de um bico como serralheiro – algo inédito para ele até então. Com R$ 100, comprou carne, carvão e algumas bebidas. O freezer foi parcelado em doze vezes.
“O começo foi difícil. Tinha noite que ninguém aparecia. Meus irmãos sentavam nas mesas com garrafas de água para parecer que tinha movimento”, relembra.
Para evitar desperdícios, acendia a churrasqueira apenas quando aparecia o primeiro cliente. Entretanto, o negócio começou a ganhar mais visibilidade depois que a influenciadora Nágella Make Up publicou uma foto do prato nas redes sociais.
“Nosso perfil tinha dez seguidores. Em poucos dias, passou de 200, e o movimento aumentou muito”, diz Gricélia.
Com a procura do público, o casal teve que alugar um espaço maior e fazer uma reforma com os próprios recursos. O cardápio, desde o início, mantém o mesmo formato: carnes como picanha, contrafilé e cupim, acompanhadas de arroz branco, feijão tropeiro, mandioca e vinagrete.
“A ideia sempre foi fazer comida simples, mas com qualidade”, explica Zé. Gricélia complementa que o molho de alho, que era receita própria, acabou se tornando um dos diferenciais do restaurante.

Com um crescente número no atendimento, a pandemia de Covid-19, em 2020, trouxe um outro desafio: manter a qualidade do produto nas entregas. “O delivery não funcionava bem para o nosso tipo de prato. Ficamos meses parados. Se a pandemia tivesse chegado antes, talvez não tivéssemos conseguido continuar”, diz Zé.
Em 2022, o casal inaugurou a sede própria do Churrasco du Zé, com capacidade para 150 pessoas e uma equipe de 11 funcionários, incluindo os filhos. O casal divide funções no restaurante: ele cuida da churrasqueira e do preparo das carnes; ela comanda a cozinha e o setor administrativo.
“Meu filho cuida do marketing digital e minha filha do financeiro e do atendimento. Hoje, ela também gerencia o espaço de eventos que inauguramos recentemente”, explica Gricélia.
Além disso, o casal criou um novo espaço voltado à realização de eventos. O chamado Espaço Executivo do Zé foi inaugurado em junho deste ano e comporta até 70 pessoas. “Foi um cliente que nos ofereceu o lote do lado, e acabamos comprando. Hoje temos um salão para eventos e reservas, totalmente vinculado ao restaurante”, explica ela.
Segundo Gricélia, o crescimento do empreendimento está diretamente ligado à dedicação pessoal do casal e ao relacionamento com os clientes. “A gente tenta que nossos funcionários criem vínculos afetivos com os clientes. Isso melhora o atendimento e fideliza. Tem gente que fala que só vem aqui porque é o Zé quem corta a carne na mesa”, relata.
Além disso, pontua que manteve a tradição do início: a comida é feita na hora e que a carne só é assada após o pedido do cliente. Inclusive, José conta com cinco fornecedores fixos de carne, todos frigoríficos, e que prefere comprar em volume para manter o estoque e garantir o atendimento.
Gricélia reforça a importância do controle financeiro e da gestão detalhada do negócio. “Desde o início, tenho todas as planilhas: quanto vendemos, quanto gastamos, quanto sobrou. No fim do ano, fazemos um balanço para ver o que cresceu ou caiu. Isso vem da minha experiência em empresas”, explica.
Sobre os planos para o futuro, o casal pretende consolidar o espaço atual antes de abrir novas unidades. “A gente tem vontade de expandir, talvez até montar algo em Pirenópolis, mas é preciso planejamento. Como se diz, o olho do dono é que engorda o gado”, brinca Zé.