terça-feira, 4 de novembro de 2025
MRS investirá R$ 1,5 bilhão em hidrovia a partir de Goiás

MRS investirá R$ 1,5 bilhão em hidrovia a partir de Goiás

Foco está na integração multimodal de transporte entre Goiás e São Paulo, conectando hidrovias, ferrovias e rodovias.

4 de novembro de 2025

A MRS Logística vai investir R$ 1,5 bilhão em um novo corredor hidroviário entre Goiás e São Paulo.

A MRS Logística anunciou a criação da divisão MRS Hidrovias, com investimentos estimados em R$ 1,5 bilhão ao longo dos próximos anos. A iniciativa marca a entrada da companhia no segmento hidroviário. Com foco na integração multimodal de transporte entre Goiás e São Paulo, conectando hidrovias, ferrovias e rodovias para otimizar o escoamento de grãos e outros produtos destinados à exportação.

O plano da MRS prevê a construção de dois grandes empreendimentos. Um Terminal Hidrorrodoviário em São Simão (GO) e outro Terminal Multimodal em Pederneiras (SP), ambos voltados à utilização da hidrovia Tietê-Paraná. Os dois terminais devem iniciar as operações no primeiro trimestre de 2027, com capacidade inicial de 2,3 milhões de toneladas por ano e possibilidade de expansão para 4 milhões de toneladas anuais.

As cargas transportadas por barcaças e comboios na Tietê-Paraná serão integradas à malha ferroviária da Rumo em Pederneiras. Que segue até Jundiaí (SP), onde se conecta aos trilhos da MRS rumo ao Porto de Santos. A empresa estima que o corredor São Simão–Pederneiras ampliará significativamente a conectividade logística do interior do país com o litoral paulista.

Estrutura

De acordo com a MRS, os terminais contarão com píeres de carga e descarga, armazéns, silos, sistemas automatizados de movimentação de barcaças, caminhões e vagões, além de novas linhas férreas conectadas à malha principal. O terminal goiano, recentemente adquirido pela empresa, passará por adequações estruturais e operacionais para maior integração ao modal hidroviário e ganho de eficiência no transbordo de cargas.

A operadora afirma que a solução multimodal permitirá redução de até 71% nas emissões de CO₂ por tonelada transportada, em comparação ao modal rodoviário. Também estão previstos sistemas de monitoramento ambiental, controle automatizado e supervisão remota das operações.

Durante as obras, o projeto deve gerar cerca de 3,7 mil empregos diretos e indiretos, e outros 1,2 mil postos permanentes na fase operacional. A expectativa é de que os investimentos consolidem o papel da MRS como um dos principais agentes logísticos do país, agora com presença no setor hidroviário.

Expansão estratégica

O presidente da MRS, Guilherme Segalla de Mello, destacou que essa é apenas a primeira fase da expansão. “Mais do que ampliar nossa capacidade de transporte, estamos contribuindo para a eficiência da logística nacional. Levamos a excelência da MRS para outros modais, integrando o Brasil por estradas, trilhos e águas, para que nossos clientes usufruam do melhor que os três têm a oferecer”, afirmou.

A entrada da MRS no setor hidroviário ocorre em meio ao avanço das obras de derrocamento em Nova Avanhandava, na hidrovia Tietê-Paraná. Que têm estimulado o interesse de várias empresas pela exploração do transporte fluvial e intermodal. O governo de São Paulo, inclusive, avalia conceder a operação da hidrovia no futuro.

Com Vale, CSN e Gerdau entre seus principais acionistas, a MRS já opera a Malha Sudeste, conectando Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O novo investimento reforça a estratégia de diversificação da companhia. Que busca reduzir a dependência do transporte de minério e ampliar a movimentação de carga geral, especialmente produtos agrícolas como soja, milho e celulose — setores em forte expansão no Centro-Oeste brasileiro.

Saiba também: Ferrovia Transoceânica passará por Goiás

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.