sábado, 15 de novembro de 2025
Depois de um casamento e divórcio conturbados, Leiliane Osório precisava recomeçar e sustentar suas filhas: hoje tem duas panificadoras em Goiás.
Após um divórcio turbulento, Leiliane Osório da Hora enxergou no empreendedorismo a alternativa para criar as suas filhas. Ao se casar muito nova, mudou para Rondonópolis (MT) onde morou por 18 anos, num relacionamento abusivo. Tinha medo de divorciar e não conseguir sustentar as filhas. Após tomar coragem, decidiu retornar para Goiás com as crianças (uma adolescente e uma bebê de apenas três meses).
Leiliane voltou a morar com os pais. De maneira imediata, encontrou um emprego em uma loja de roupas, mas buscava algo que lhe desse autonomia e estabilidade. Na produção de alimentos, encontrou uma oportunidade. Era o começo da Panificadora e Lanchonete da Lili, que hoje já conta com duas unidades: uma Cachoeira de Goiás e outra em Ivolândia, 20 quilômetros de distância uma da outra.
A mãe, Adelice, foi sua principal parceira no início. As duas passavam as noites produzindo pães de queijo, bolos e broas para vender no dia seguinte. O pai Antônio, por sua vez, ajudava cuidando da neta mais nova. O que começou com a venda de 50 quilos de produtos de panificação, atualmente ultrapassa os 800 quilos comercializados mensalmente.
“Várias pessoas me ajudaram, minhas irmãs e outras que hoje nem tenho mais contato, mas que foram muito importantes para mim. Eu produzia à noite e vendia de manhã. Assim que tudo começou”, conta Lili.
Em 2022, ela abriu a primeira unidade da Panificadora e Lanchonete da Lili, em Cachoeira de Goiás. A filha mais velha, Kelly, passou a trabalhar com ela e se tornou peça importante na administração do negócio. A clientela cresceu rapidamente, impulsionada pela qualidade dos produtos e pelo atendimento.
Leiliane conta ainda que uma pessoa com quem se relacionou lhe apresentou um fornecedor de produtos congelados. Ela gostou da qualidade dos produtos e decidiu explorar esse nicho para expandir a variedade na panificadora.
“Vendemos a broa doce, a temperada, biscoito, pão de queijo, pão francês, pão mandi, variedades de salgadinhos assados e congelados, que são uma maravilha e todo mundo gosta. Também tem enroladinho de salsicha, de queijo, a única coisa que não é bolo, que é fabricado pela gente”, explica.
Em fevereiro deste ano, abriu a segunda unidade, em Ivolândia (GO). O incentivo partiu da irmã Cleidiane, que acreditava no potencial do negócio. A ampliação só foi possível com a colaboração de parceiros locais, como Edivaldo, que forneceu equipamentos essenciais, como forno e freezer.
Além da expansão física, Lili investiu em capacitação. Ela buscou o Sebrae, onde participou de cursos sobre atendimento ao cliente, gestão de vendas e era digital. As orientações ajudaram a profissionalizar o negócio e a melhorar a organização. “O Sebrae me ensinou a entender melhor o meu público, controlar as finanças e planejar o crescimento. Foi essencial para chegar até aqui”, afirma.
Leiliane conta que se tornar empreendedora foi um recomeço e que, agora, planeja seguir crescendo de forma estruturada. “Eu nem tive tempo de sofrer aquele luto da separação. Eu só imaginava que precisava arrumar um jeito de sobreviver. Não foi fácil, mas cada etapa valeu a pena. Eu comecei do zero, com medo de dar errado, e hoje vivo do que construí com as próprias mãos. E eu penso grande, em fazer grandes investimentos no meu estabelecimento”, finaliza.
