sábado, 22 de novembro de 2025
Em pouco mais de um dia, mais da metade (56%) deixa menos de R$ 100 disponíveis na conta. Isso também afeta as empresas. Confira.
Não é só imaginação o dito popular que dinheiro na mão é vendaval. Em até 24 horas após o dinheiro cair na conta, quase 20% dos brasileiros já gastaram todo o montante que entrou. Em apenas 36 horas, 42,2% das pessoas já haviam zerado seus saldos.
Segundo aponta um estudo conduzido pela Klavi, fintech de inteligência de dados. Além disso, em pouco mais de um dia, mais da metade (56%) deixava menos de R$ 100 disponíveis.
De acordo com Bruno Chan, diretor executivo da Klavi, esse comportamento pode estar relacionado a um padrão identificado em outros cenários: o uso do cheque especial como uma espécie de capital de giro pessoal.
“Muitas vezes a conta parece ‘limpa’ porque o saldo foi recomposto. Mas isso ocorreu com recursos do próprio limite do cheque especial, um crédito caro e de alto risco. Esse movimento, somado a gastos recorrentes acima da renda, cria um terreno fértil para o endividamento crônico”, pontua.
Sem um planejamento financeiro sólido, políticas de concessão mais responsáveis e iniciativas efetivas de negociação, o resultado tende a ser um ciclo difícil de quebrar”, pontua Chan.
No lado das empresas, a perda do “timing” das cobranças prejudica as operações de crédito. Já que, por causa dessa rapidez no uso do dinheiro, diversas empresas têm dificuldade para debitar os valores das dívidas.
“Esperar um dia a mais para cobrar pode significar perder completamente a chance de recuperação. A janela entre o recebimento e o gasto total é extremamente curta e precisa ser bem aproveitada”, explica Chan.
A pesquisa teve como base o comportamento financeiro de uma base de 7,2 mil usuários do Open Finance, sendo que 3% tinham entrada financeira abaixo de R$ 100, 24% entre R$ 100,01 e R$ 500, 24% entre R$ 500,01 e R$ 1.000 e 49% entrada financeira acima de R$ 1.000,01.
