quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Doença pode causar prejuízo bilionário em Goiás

Doença pode causar prejuízo bilionário em Goiás

Estudo da USP aponta que prejuízos podem chegar a R$ 9 bilhões com uma eventual volta da febre aftosa no estado.

27 de novembro de 2025

“A pecuária goiana é importante e tem grande significado para a economia do estado”, diz Alfredo Luiz.

Apesar de Goiás ser considerado uma área livre da febre aftosa pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), produtores pecuaristas seguem com a questão em evidência. De acordo com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Goiás não registra um caso de febre aftosa há 30 anos. Em 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária reconheceu o estado como zona livre sem vacinação e, em 2025, a OMSA também.

Ainda assim, o Fundo para Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec-GO) resolveu investir sobre o assunto. A entidade encomendou junto à Universidade de São Paulo (USP) um estudo científico sobre as consequências de uma reintrodução da febre aftosa no estado de Goiás. De acordo com a USP, os prejuízos podem ser de R$ 3 bilhões a R$ 9 bilhões.

A relevância do estudo para o Fundepec é tamanha que, nesta quinta-feira (27/11), foi realizado um evento na sede da entidade em Goiânia para entrega do material à várias autoridades. Presidente da entidade, Alfredo Luiz entregou o Estudo de Impacto Econômico da Febre Aftosa ao vice-governador Daniel Vilela, acompanhado do secretário de agricultura Pedro Leonardo e do presidente da Agrodefesa José Ricardo Caixeta, durante o evento.

Importância

De acordo com o presidente do Fundepec, Goiás tem o terceiro maior rebanho bovino do país e abate 4 milhões de cabeças por ano. Além disso, a carne bovina está em segundo lugar na pauta de exportação do estado. “A pecuária goiana é importante e tem grande significado para a economia do estado”, disse. Ele afirmou ainda que os pedidos de estudos sobre zoonoses são iniciativas estratégicas para uma melhor eficácia do serviço de defesa sanitária animal do estado.

O Fundepec também contratou o Instituto Euvaldo Lodi para fazer uma pesquisa sobre a incidência da brucelose em Goiás. A pesquisa mostrou que a incidência é de 18,1% nas 836 propriedades rurais contactadas, percentual considerado preocupante pelo fundo.

Ao ser perguntado sobre o que ainda falta ser feito para garantir ainda mais segurança aos pecuaristas do estado, Alfredo Luiz respondeu que deve ser realizado o um trabalho intensivo de vigilância sanitária. Principalmente por parte dos produtores, que devem avisar à Agrodefesa quanto ao menor sinal de sintomas em animais. “Também falta o fortalecimento dos serviços do órgão de defesa sanitária do estado”, completou.

Denise Toledo, da Agrodefesa: “Vigilância por parte do governo estadual é constante.”

Agrodefesa

Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, afirma que a vigilância por parte do governo estadual é constante. “Apesar do status de zona livre ser uma grande vitória, já que reduz custos e abre mercados para os produtos goianos, isso não quer dizer que o estado baixou a guarda. A manutenção desse status sanitário exige vigilância constante e integrada de toda a cadeia”, disse.

A Agrodefesa mantém em atividade o Programa Estadual de Enfermidades Vesiculares (Febre Aftosa) – PEEV. O programa estabelece ações como controle e fiscalização do trânsito animal, fiscalização do comércio de vacinas contra febre aftosa, vigilância ativa e passiva, e realização de inquéritos soro-epidemiológicos.

Denise relatou que Goiás tem uma baixa incidência de brucelose, mas disse que pode haver subnotificação, assim como nos outros estados. Para lidar com a situação, a Agrodefesa tem o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina e Bubalina (PECEBT).

O programa prevê a vacinação obrigatória de bezerras bovinas e bubalinas na faixa etária de 3 a 8 meses. A gerente ressalta que a agência não pune produtores que relatam sintomas das zoonoses. Pelo contrário, a Agrodefesa o ajuda a lidar com a situação.

Saiba mais: Goiás mantém o 3º maior rebanho bovino do Brasil

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.