Taxa de desocupação recuou para 5,4% em Goiás e a informalidade caiu para o menor nível em quatro anos.

Goiás consolidou, em 2024, um dos cenários mais robustos do mercado de trabalho da última década. A taxa de desocupação do estado caiu para 5,4%, o menor nível desde 2012 (5%) e 0,5 ponto percentual abaixo do registrado em 2023. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgado nesta quarta-feira (3/12) pelo IBGE.
Em termos absolutos, o contingente de pessoas desocupadas recuou para 221 mil, uma queda de 7,7% frente ao ano anterior — quando 239 mil goianos estavam em busca de ocupação. O resultado coloca Goiás novamente abaixo da média nacional, já que o Brasil encerrou 2024 com desocupação de 6,6%, também a menor da série histórica.
A força de trabalho goiana, estimada em 4,1 milhões de indivíduos, reflete um mercado dinâmico, com absorção crescente de mão de obra. Mesmo diante de um ambiente macroeconômico desafiador.
A taxa de desocupação — tradicionalmente associada ao desemprego — considera pessoas de 14 anos ou mais que, sem ocupação remunerada, buscaram emprego e estavam disponíveis para assumir uma vaga no período de referência.
Outro destaque do levantamento do IBGE é a redução expressiva da taxa de informalidade, que chegou a 40,4% em 2024. O menor patamar dos últimos quatro anos. Pela primeira vez desde o início da série, Goiás apresentou índice inferior ao observado no país (40,6%).
A queda é ainda mais relevante quando considerado o salto ocorrido entre 2020 e 2021, quando a informalidade avançou de 40,3% para 42,5%. Reflexo direto dos efeitos econômicos da pandemia. Desde então, o estado vem registrando declínio constante do contingente de trabalhadores fora da formalização previdenciária.
O conceito de informalidade utilizado pela SIS — alinhado às recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) — classifica como informais: empregados sem carteira assinada; trabalhadores domésticos sem registro; autônomos e empregadores que não contribuem para a previdência; e trabalhadores familiares auxiliares.
Diferentemente de outros levantamentos, como a PNAD Contínua, esse critério se baseia na ausência de contribuição previdenciária, e não na formalização via CNPJ. Ambos, porém, seguem as diretrizes internacionais da OIT e permitem retratar com precisão o nível de proteção social dos trabalhadores.
Analistas destacam que o desempenho de Goiás combina fatores estruturais — como diversificação econômica e expansão do setor de serviços — com a manutenção de investimentos públicos e privados.
A melhora do mercado de trabalho acompanha, ainda, o avanço da produtividade agrícola, a ampliação do parque industrial e a recuperação do consumo das famílias.
O recuo simultâneo da desocupação e da informalidade indica que a trajetória recente não se restringe à geração de vagas, mas ao aumento de postos formais e com maior proteção social. Para 2025 e 2026, economistas projetam manutenção da tendência, ainda que condicionada ao ambiente macroeconômico nacional e ao ritmo de crescimento global.