A balança comercial de Goiás encerrou novembro com desempenho acima do observado no cenário nacional.

A balança comercial de Goiás encerrou novembro de 2025 com desempenho acima do observado no cenário nacional. O que reforça a resiliência do setor produtivo goiano, mesmo diante de mudanças tarifárias impostas pelos Estados Unidos a produtos agrícolas brasileiros.
Dados divulgados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN/Fieg) mostram que o Estado exportou US$ 808,6 milhões, importou US$ 449,4 milhões e registrou superávit de US$ 359,3 milhões no mês.
O resultado mantém Goiás entre os dez maiores exportadores do país, respondendo por 3,1% das vendas externas brasileiras. E confirma um padrão de crescimento consistente ao longo de 2025 — especialmente em segmentos ligados ao agronegócio e à indústria de transformação.
Mesmo com a entrada em vigor de medidas tarifárias norte-americanas em segmentos do agronegócio brasileiro, especialmente em produtos derivados da soja e carne, os embarques goianos mantiveram trajetória ascendente.
Isso se deve à diversificação de mercados, ao avanço em protocolos sanitários com países asiáticos e à estratégia das empresas de redirecionar parte das cargas para mercados com maior elasticidade de preços.
Além disso, a pauta estadual conta com cadeias produtivas consolidadas, capazes de sustentar competitividade mesmo em cenários de pressão de custos e mudanças tarifárias.
Os principais destaques das exportações em novembro foram: carnes bovinas congeladas, soja em grãos, milho, ferro-nióbio e ligas metálicas especiais. Além de açúcares de cana, impulsionados por contratos antecipados e câmbio favorável.
O desempenho reforça o peso das cadeias agroindustriais na economia goiana e evidencia competitividade logística, sanitária e tecnológica.
Do lado das importações, o volume foi concentrado em: produtos imunológicos, ureia e fertilizantes e insumos industriais para transformação. A composição importadora indica manutenção de ritmo produtivo elevado em setores estratégicos, como indústria química, proteína animal, saúde e nutrição vegetal.
Para o analista de Comércio Exterior da Fieg, Flávio Falcão, a performance de Goiás revela capacidade de adaptação das empresas às condições internacionais. “Enquanto o Brasil registrou um mês mais fraco no comércio exterior, Goiás mostrou resiliência. Os resultados demonstram uma base produtiva diversificada, com proteínas, grãos e minerais de maior valor agregado mantendo protagonismo”, diz.
Segundo ele, o desempenho recente comprova que as exportações goianas seguem ampliando presença global independentemente das oscilações internacionais. “Temos espaço para crescer especialmente em cadeias industriais ligadas ao agronegócio, química fina e materiais metálicos”, aponta.
O resultado goiano diverge do desempenho brasileiro em novembro. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o país registrou o pior saldo para o mês desde 2021, puxado por queda no volume embarcado de commodities agrícolas e minerais. Ainda assim, o superávit nacional foi positivo, somando US$ 5,8 bilhões.
O cenário internacional para os próximos meses favorece Goiás em três frentes: melhora da demanda asiática, especialmente para proteínas animais; preços estáveis de milho e soja, mantendo margem exportadora; e câmbio favorável para embarques, reduzindo custos de comercialização externa.