terça-feira, 16 de dezembro de 2025
BC confirma que país encerra ano em desaceleração

BC confirma que país encerra ano em desaceleração

Apesar da trajetória de queda da inflação, juros elevados do BC têm impacto maior crescimento da economia brasileira.

15 de dezembro de 2025

A atividade econômica brasileira registrou retração em outubro, sinalizando uma perda de fôlego no ritmo de crescimento ao fim do ano. Dados divulgados nesta segunda-feira (15/12) pelo Banco Central (BC) mostram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,2% na comparação com setembro.

Em relação a outubro de 2024, houve alta de 0,4%. No acumulado do ano, o IBC-Br registra crescimento de 2,4%, enquanto, em 12 meses, a variação positiva chega a 2,5%.

Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento. E o melhor desempenho desde 2021, quando a economia avançou 4,8%. O desafio agora é sustentar a expansão em um cenário de juros elevados e maior cautela monetária.

Juros

Considerado um dos principais termômetros da economia brasileira, o IBC-Br consolida informações da indústria, do comércio, dos serviços, da agropecuária e da arrecadação de impostos.

Embora não substitua PIB, o índice serve como subsídio técnico para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic — atualmente em 15% ao ano.

A leitura mais moderada da atividade econômica, combinada com a desaceleração inflacionária recente, contribuiu para a decisão do Copom de manter a Selic pela quarta reunião consecutiva, na última reunião do ano, realizada na semana passada.

A taxa Selic está no nível mais alto desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano. Após alcançar 10,5% em maio do ano passado, os juros voltaram a subir a partir de setembro de 2024, chegando aos atuais 15% na reunião de junho deste ano — patamar preservado desde então.

Inflação

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – passou de 4,4% para 4,36% este ano. Segundo o boletim Focus desta segunda-feira (15/12), divulgado semanalmente pelo BC com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Pela quinta semana seguida, a previsão teve queda, alcançando o intervalo da meta de inflação perseguida pelo BC. Apesar desse alívio inflacionário, o Banco Central mantém cautela. Avalia que o ambiente econômico segue marcado por elevado grau de incerteza, o que exige prudência na condução da política monetária.

Segundo o BC, os juros devem continuar em patamar restritivo por um período prolongado. A estimativa dos analistas de mercado é que a taxa básica caia para 12,1% até o final de 2026. Para 2027 e 2028, a previsão é que a Selic seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano, respectivamente.

Saiba mais: Economia brasileira tem crescimento moderado

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