quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Terceiro setor avança e amplia empregos em Goiás

Terceiro setor avança e amplia empregos em Goiás

Estado registrou 18,6 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos em 2023, com crescimento de 5,5%, segundo o IBGE.

18 de dezembro de 2025

Goiás consolidou em 2023 um ciclo de expansão do chamado terceiro setor, formado por fundações privadas e associações sem fins lucrativos. De acordo com o estudo das Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL), divulgado nesta quinta-feira (18/12) pelo IBGE.

O estado contabilizou 18,6 mil unidades locais, um avanço de 5,5% em relação a 2022, quando eram 17,6 mil entidades em funcionamento. O crescimento reflete o fortalecimento da sociedade civil organizada em diferentes frentes — sociais, culturais, religiosas, educacionais e de defesa de direitos — e amplia o peso institucional e econômico desse segmento no estado.

Além da expansão no número de entidades, o setor também ampliou sua capacidade de geração de empregos. Em 2023, 70,4 mil pessoas assalariadas trabalhavam em fundações privadas e associações sem fins lucrativos em Goiás, um crescimento de 9,4% frente ao ano anterior — percentual bem acima da média nacional, que foi de 4,4%.

Concentração urbana

A distribuição das entidades permanece fortemente concentrada nos principais centros urbanos. Goiânia lidera com 4.512 unidades, o equivalente a 24,3% do total estadual, seguida por Anápolis (1.155) e Aparecida de Goiânia (906).

Juntas, essas três cidades concentram uma parcela expressiva das atividades do terceiro setor em Goiás, refletindo maior densidade populacional, infraestrutura e articulação institucional.

Mais da metade dos postos de trabalho (58,8%) está concentrada na capital. Anápolis respondeu por 9,3% dos empregos e Aparecida de Goiânia, por 5,1%. Um destaque fora do eixo metropolitano é Uruaçu, que, apesar de concentrar apenas 0,8% das entidades do estado, foi responsável por 2,3% dos empregos do setor.

Segmentos

A Classificação dos Objetivos das Instituições sem Fins Lucrativos a Serviço das Famílias (COPNI Ampliada) divide o setor em dez grandes grupos. Em Goiás, o segmento de Religião é o mais numeroso, reunindo 8,4 mil unidades em 2023 — um crescimento de 4,9% frente ao ano anterior. O grupo engloba igrejas, templos, centros espíritas, instituições evangélicas, organizações maçônicas, entre outras.

Apesar da expansão no número de entidades, o pessoal assalariado médio no segmento praticamente não variou (+0,2%), e o salário médio mensal permaneceu estável em 1,63 salário mínimo.

O grupo de Cultura e recreação, segundo maior em número de unidades (2,2 mil), destacou-se pelo dinamismo na geração de empregos, com crescimento de 12,8% no número de assalariados entre 2022 e 2023. O avanço só foi superado pelos segmentos de Educação e pesquisa (16,7%) e Desenvolvimento e defesa de direitos (13,4%), áreas que refletem maior profissionalização e ampliação de projetos estruturados.

Remuneração

Apesar do avanço no emprego, os dados revelam um movimento de compressão salarial. O salário médio mensal pago no setor caiu de 2,31 salários mínimos em 2022 para 2,26 salários mínimos em 2023, uma retração de 2,2%. O resultado coloca Goiás como o terceiro estado com maior queda salarial do país, atrás apenas de Tocantins (-7,0%) e Amapá (-4,0%).

No cenário nacional, o comportamento foi oposto: o salário médio das FASFIL cresceu 0,7%, atingindo 2,76 salários mínimos em 2023.

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