sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Jovens até 29 anos abriram mais de 60 mil empresas em Goiás

Jovens até 29 anos abriram mais de 60 mil empresas em Goiás

O universo da inovação e inteligência artificial tem gerado muitas empresas em Goiás neste ano.

24 de dezembro de 2025

Pedro Viana, Giovanna Vargas e Luca Plaster, fundadores da WiMilk, venceram o desafio AgroStartup 2025

Os jovens até 29 anos de idade foram responsáveis pela abertura de 61,5 mil empresas este ano em Goiás. Isto representa 29% do total dos 210 mil novos negócios iniciados no estado. Os números do Sebrae destacam a relevância do empreendedorismo jovem em Goiás.

De acordo com o Sebrae, de 2020 a 2025, o segmento de serviços registrou maior abertura de negócios por jovens goianos. Com cerca de 98,3 mil empresas abertas no período por pessoas com 29 anos ou menos.

Em seguida, comércio (42,6 mil) e indústria (11,7 mil). Nesse mesmo período, as atividades que mais surgiram foram promoção de vendas, cabeleireiro, manicure e pedicure. Além de comércio de roupas e acessórios.

Agro

Várias das empresas abertas por jovens estão envolvidas com o agronegócio, setor representativo na economia de Goiás. Por vezes, os novos empresários aliam sua experiência no campo ao conhecimento tecnológico e técnico que adquirem.

Um bom exemplo é o de Giovanna Vargas, Luca Plaster e Pedro Viana, jovens que fundaram a WiMilk. A empresa trabalha com monitoramento e diagnóstico de bovinos, ajudando produtores a identificar problemas antes que aconteçam e a melhorar sua administração de animais.

A empresa, aberta em outubro de 2025, realiza o monitoramento inteligente através de câmeras de vacas leiteiras por meio de visão computacional e inteligência artificial. Assim, é possível identificar alterações comportamentais e sinais precoces de doenças.

Também oferecem análise automatizada de imagens e dados para apoio ao diagnóstico clínico, além de um sistema de alertas para o produtor, indicando animais que demandam atenção imediata e mandando mensagens automatizados pelo WhatsApp do produtor.

A tecnologia e capacidade da empresa rendeu aos fundadores a vitória no desafio AgroStartup, da FAEG e Senar, e uma premiação de R$ 60 mil.

Hady Al Husseini, Mateus Lucas Amorim, João pedro Dias e Nalbert Elias, fundadores da Solu IA

Inquietação

Giovanna Vargas, CEO da empresa e estudante de Medicina Veterinária na UEG, conta que idealizou a empresa ao perceber, enquanto estagiava em fazendas, o problema recorrente dos inúmeros casos de doenças e perdas produtivas que poderiam ser evitadas com monitoramento.

“A WiMilk nasceu exatamente dessa inquietação. A ideia surgiu ao observar como tecnologias como inteligência artificial, visão computacional e análise de comportamento já eram amplamente usadas em outros setores, mas ainda pouco exploradas de forma acessível no meio rural”, afirmou ao EMPREENDER EM GOIÁS.

Para a jovem de 22 anos, as oportunidades para empreender no estado são várias. A CEO citou a existência de hubs como um ótimo pontapé para soluções de inovação e que participar de competições como hackathons e ideathons geram qualificação de forma rápida. Giovanna destacou o apoio que entidades como FAEG, FAPEG, SENAR, SECTI, EMBRAPA, entre outras, dão aos empreendedores.

Inteligência Artificial

O universo da inovação e inteligência artificial tem gerado muitas empresas em Goiás neste ano. É o caso da Solu IA, que fornece agentes de inteligência artificial para empresas. Esses agentes realizam um atendimento e um pós-venda de maneira humanizada, o que agrada muito empresas que trabalham em grande escala.

Hady Al Husseini, 23 anos, abriu a empresa em outubro deste ano através de uma sociedade que fez com outros três amigos de infância. “Demorou cerca de 10 meses até a empresa se estruturar completamente e termos CNPJ, vínculo, e agora temos até associação com o Sindinformática. É uma história de quatro jovens que são amigos desde a infância e que se juntaram para ter algo próprio”, afirmou ao EMPREENDER EM GOIÁS.

Hady, que é o CEO da empresa, citou a ajuda do Sebrae como indispensável em sua trajetória. Além disso, ressaltou iniciativas estaduais como Campus Party e Epicentro, do Hub Goiás, como fundamentais para a empresa chegar onde está. No entanto, revela que a jornada do empreendedorismo pode ser desafiadora.

“O principal desafio que sofremos foi ter apenas capital próprio. Como não tínhamos muito, também não tínhamos tempo para trabalhar na empresa, pois tínhamos outros trabalhos. Às vezes, tínhamos apenas duas horas por dia para trabalhar na empresa.”

Saiba mais: Geração empreendedora: o boom de jovens donos de negócio em Goiás

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