sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Empresas goianas têm dificuldade de preencher vagas para PCD

Empresas goianas têm dificuldade de preencher vagas para PCD

Segundo o IBGE, Goiás tem 482 mil pessoas com deficiência. Entretanto, empresas não conseguem preencher as vagas disponíveis para este público.

26 de dezembro de 2025

Um grande desafio para as empresas goianas é preencher as vagas de empregos para pessoas com deficiência (PCD). Isto ficou claro, por exemplo, na ação realizada em novembro em Goiânia que disponibilizou empregos nos setores de asseio, conservação, vigilância e segurança privada. Ao todo, 408 vagas disponibilizadas. Entretanto, somente sete candidatos apareceram para entrevistas. Destes, apenas 3 continuam contratados.

Ação foi realizada pelo Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Terceirização de Mão de Obra do Estado de Goiás (SEAC-GO). Em parceria com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores e de Cursos de Formação do Estado de Goiás (SINDESP-GO).

As entidades afirmam que realizaram ampla divulgação e o evento aconteceu em ambiente público, acessível e com estrutura inclusiva. Das apenas 7 pessoas com deficiência que compareceram em busca de oportunidade de emprego, a maioria não saiu empregada. Por conta de localização dos postos de trabalho, horários oferecidos, dificuldades de deslocamento e falta de interesse.

Na edição do ano passado, as empresas goianas ofertaram mais de 530 vagas, mas apenas 31 candidatos compareceram. Após um mês, 7 contratações foram efetivadas. O cenário reforça um desafio persistente no mercado: a dificuldade em aproximar pessoas com deficiência das oportunidades de trabalho disponíveis.

Desafio estrutural

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás concentra cerca de 482 mil pessoas com deficiência. Isto equivale a 7% da população com dois anos ou mais de idade, sendo 7,8% mulheres e 6,2% homens. Ainda assim, mesmo diante da ampliação das vagas e do avanço de políticas públicas voltadas à inclusão, a inserção efetiva desse público no mercado de trabalho formal segue enfrentando obstáculos significativos.

Informações do INSS indicam que mais de 101 mil goianos recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) destinado às pessoas com deficiência. Embora o benefício cumpra um papel social fundamental de proteção, os dados revelam um desafio estrutural: como transformar o amparo assistencial em autonomia, protagonismo e inserção produtiva sustentável.

A dependência exclusiva do benefício, associada a fatores como mobilidade urbana limitada, falta de orientação profissional, incompatibilidade de perfis e receio de perder direitos, ainda dificulta a aproximação entre trabalhadores e oportunidades existentes.

Compromisso

O presidente do SEAC-GO, Paulo Gonçalves da Silva, afirma que a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um processo complexo, que vai além da simples abertura de vagas.

“As empresas participantes disponibilizaram oportunidades reais e imediatas. Mas os dados demonstram que a efetivação das contratações depende de uma série de fatores. Como a compatibilidade entre o perfil do candidato e a função ofertada, as condições de deslocamento, os horários de trabalho e o interesse em dar continuidade ao processo seletivo. A inclusão exige articulação, diálogo e ações contínuas”, afirma.

O presidente do SINDESP-GO, Ivan Hermano Filho, defende manter a pauta da inclusão como um compromisso contínuo. “O setor produtivo tem demonstrado disposição para abrir portas e criar oportunidades reais para as pessoas com deficiência. Ao mesmo tempo, os números mostram que a inclusão no mercado de trabalho é um caminho que precisa ser construído de forma permanente, com diálogo, informação e engajamento de toda a sociedade”, destaca.

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