domingo, 28 de abril de 2024
Goiás pode perder R$ 1,4 bi com embargo chinês à carne

Goiás pode perder R$ 1,4 bi com embargo chinês à carne

A pecuária goiana pode perder cerca de R$ 1,4 bilhão se o embargo da China às exportações brasileiras de carne bovina não for revertido.

26 de outubro de 2021

A pecuária goiana pode perder cerca de R$ 1,4 bilhão se o embargo da China às exportações brasileiras de carne bovina não for revertido. A estimativa é do Ifag, Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás, vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
Segundo o analista técnico do instituto Marcelo Penha, o produtor planejou o ano com uma expectativa de ter a arroba do boi valendo cerca de R$ 320, preço que caiu para os atuais R$ 250, em média.

“É claro que muitos produtores fazem hedge (trava de preço com base no dólar), mas no cômputo geral, a perda será grande”, observa Penha. Segundo ele, Goiás conta hoje com cerca de 1,1 milhão de cabeças de gado confinado voltadas à exportação.

De janeiro a agosto deste ano, dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa) mostram que Goiás exportou 181,6 mil toneladas de carne bovina (alta de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado), gerando dividendos de US$ 917 milhões (aumento de 20,9% sobre igual período de 2020). Goiás é o terceiro maior estado exportador do país e teve a China como destino de 61,2% destes embarques neste ano.

Mercado interno
O veto chinês à carne brasileira está completando sete semanas, sob alegação de questões fitossanitárias. Foram encontrados dois casos isolados do mal cerebral em animais de Minas Gerais e Mato Grosso, ambos já descartados pelas autoridades sanitárias como epidemia. Marcelo Penha diz que produtores, industriais e analistas descartam as motivações alegadas pelos chineses.

“Sabemos que o motivo é de cunho comercial, mas não dá para saber exatamente o que está por trás dessa decisão. O que está claro é que o motivo não é fitossanitário”, diz. Segundo ele, os produtores já buscam saídas para o problema e focam no manejo dos animais, desmobilizando o confinamento e tentando buscar outros mercados.

A aposta no mercado interno para absorver essa carne também é uma incógnita, na opinião do analista do Ifag/Faeg. “Primeiro, porque você tem uma queda no poder aquisitivo da população e segundo porque o preço da carne no mercado interno ainda está desbalanceado, pois a queda de 3,26% já observada no atacado não chegou no varejo e há dúvidas se chegará por agora”, conclui.

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