quinta-feira, 14 de agosto de 2025
Empreendedorismo jovem cresce em Goiás: número de jovens donos de negócio sobe 11% e impulsiona comércio, serviços e e-commerce.
O empreendedorismo jovem no Brasil tem avançado significativamente nos últimos anos. Segundo levantamento do Sebrae com base em dados do IBGE, o número de jovens empreendedores cresceu 25% nos últimos 12 anos. Com idades entre 18 e 29 anos, esses jovens alcançaram em 2024 o maior faturamento da série histórica.
Goiás acompanha essa tendência nacional e, em 2024, registrou 168,8 mil jovens empreendedores, número 11% maior que em 2020, ano marcado pelo início da pandemia. A maioria atua no setor de serviços, que apresentou crescimento de 14% em quatro anos.
Além disso, o comércio representa 15% dos negócios conduzidos por jovens. Dessa forma, comércio e serviços somam mais de 80% das atividades empreendidas por esse público em Goiás, evidenciando a força desses dois segmentos na economia jovem local.
Por outro lado, o papel das mulheres nesse cenário é cada vez mais relevante. De acordo com o Sebrae, 40% dos jovens empreendedores goianos são mulheres. Muitas delas optam por abrir seus próprios negócios como alternativa para gerar renda extra e, ao mesmo tempo, ter mais flexibilidade de tempo, especialmente para cuidar dos filhos.
Um exemplo é a empresária Bianca Deodato, fundadora do ateliê Bianca Criações. Ex-professora e mãe de uma bebê, ela decidiu mudar de carreira e investir na costura criativa, produzindo fantasias e roupas temáticas.
Para isso, buscou qualificação gratuita no Colégio Tecnológico de Goiás (Cotec) e rapidamente transformou a habilidade em uma fonte de renda promissora. Atualmente, aos 27 anos, Bianca já possui um ateliê e vende seus produtos para todo o Brasil pela Shopee.
“Goiânia é o segundo maior polo têxtil da América Latina. Temos cursos gratuitos, incentivos e muitas oportunidades no comércio eletrônico”, destaca Bianca.
Por isso, seu plano para o futuro é ambicioso: expandir o e-commerce e abrir uma grande confecção, com capacidade para atender até 500 pedidos por dia.
Enquanto muitos buscam o ensino superior, outros escolhem trilhar caminhos alternativos. Cerca de 28% dos jovens empresários em Goiás têm ensino superior incompleto, e vários optam por deixar a faculdade para investir tempo integralmente no próprio negócio.
Esse foi o caso de Matheus Torquato, 26 anos, dono da pamonharia Divina Pamonha. Com forte influência familiar no ramo do milho verde, Matheus decidiu empreender durante a pandemia, transformando uma ideia antiga em realidade.
Ele começou a produção de pamonhas na cozinha de casa, com ajuda da mãe, Divina. Apesar das dificuldades financeiras iniciais, superadas com o apoio dos pais, o jovem empresário conseguiu estruturar o negócio. Hoje, possui uma fábrica própria, onde já passou por uma expansão significativa.
“Queremos abrir novos pontos, lançar sabores e promover a cultura goiana por meio da gastronomia”, afirma Matheus, que já planeja levar a marca para outras regiões do Brasil.
Além das histórias inspiradoras, os dados revelam um panorama detalhado do empreendedorismo jovem em Goiás:
Embora o cenário tenha avançado, ainda há desafios a enfrentar. A falta de capital inicial, experiência prática e apoio técnico são obstáculos comuns.
No entanto, jovens como Matheus e Bianca provam que, com resiliência, qualificação e criatividade, é possível transformar dificuldades em oportunidades.
“Com persistência, busca por conhecimento e parcerias, é possível vencer os obstáculos e conquistar espaço. O importante é acreditar, manter os valores e não ter medo de aprender com os erros”, conclui Matheus.
