Programa de Crédito para o Desenvolvimento de Goiás foi lançado nesta terça-feira (5), na B3, pelo governador Ronaldo Caiado
O governador Ronaldo Caiado lançou nesta terça-feira (5) o Programa de Crédito para o Desenvolvimento de Goiás, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3. O fundo de investimento vai ofertar R$ 800 milhões em crédito, a taxas competitivas, para empresas que pretendem injetar capital no estado, especialmente nos setores de data centers, terras raras, linhas de transmissão de energia e biogás/biometano.
“Também serão contemplados segmentos atingidos pela tarifa de 50%, aplicada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, como o agroindustrial”, afirmou o governador Ronaldo Caiado. Segundo ela, a iniciativa atrai a confiança do investidor, que encontra no estado ambiente favorável, segurança e oportunidades para investir e ampliar negócios.
“Nós temos criado, em Goiás, uma política para transmitir aos empresários o nosso potencial, a confiança que podem ter no Estado e nas ações de governo. Goiás oferece segurança jurídica, criou a Lei de Liberdade Econômica, é o terceiro maior produtor de grãos do país, avança com respeito ao meio ambiente e está, cada vez mais, atraindo empresários que entendem as oportunidades daqui”, frisou.
Mais criativo
Caiado definiu o projeto como o “mais criativo” que o Estado já apresentou — tudo para que “empresários tenham condições de investir em Goiás”, especialmente nas áreas em que há potencial de crescimento. O programa contempla a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), modalidade que aplica seu patrimônio em direitos creditórios, ou seja, em débitos que empresas têm a receber.
A taxa de juros será de 10% ao ano, abaixo da média praticada pelo mercado. O fundo será constituído com 50% em créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), junto a empresas goianas exportadoras, e os outros 50% serão captados no mercado financeiro.
“Essas duas fontes dão uma condição de financiar a menor taxa de juros que se tem no país. Isso mostra que é uma iniciativa moderna, ágil e que, infelizmente, o governo federal não tem essa mesma capacidade de atender”, explicou o governador.
Essa estratégia não utiliza recursos do Tesouro Estadual, preservando sua estabilidade fiscal. “É um mix capaz de passar ao empresário uma taxa de juros competitiva, priorizando aquilo que é interesse do Estado no desenvolvimento de energia, biometano, abrir espaço para data centers e avançar na parte de exploração e refino de terras raras — já que Goiás é o único estado no Ocidente que tem terras raras pesadas”, mencionou Caiado.
Operação
O evento na B3 marcou o registro oficial do novo fundo, que passa a ser disponibilizado para negociação entre investidores nos próximos dias. “Goiás está criando várias formas de proteção à economia e à arrecadação. Isso para garantir, também, o equilíbrio fiscal de longo prazo”, informou o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.
O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges (IMB), Erik Figueiredo, detalhou que, como não envolve dinheiro público, todo o processo dispensa licitação. “O setor privado é quem vai gerir esse fundo. Os projetos que se enquadrem nas áreas que sairão no decreto serão analisados pela estrutura do governo e por quem está emprestando esse dinheiro, que vai avaliar a capacidade de pagamento”, apontou.
“Nós estamos garantindo que o dinheiro, que antes era um mero fluxo, se transforme em estoque e em riqueza no ambiente, no Estado”, resumiu o diretor do IMB. De acordo com o especialista, Goiás possui hoje o melhor ambiente de negócios do Brasil, devido à sua ampla Lei de Liberdade Econômica. Para ele, “a qualidade da política pública e o fortalecimento do Estado são o que trazem segurança e oportunidade de crescimento”.
O evento na B3 reuniu lideranças do setor econômico, como o sócio e diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti; a gerente de Processos Licitatórios da B3 S.A., Mônica Salles Lanna; o presidente da Adial Goiás, Edwal Portilho (Tchequinho) e o presidente da Fieg, André Rocha. Também estiveram no lançamento os secretários de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant’Anna Braga, e da Economia, Francisco Sérvulo Nogueira.