De técnico agrícola a produtor de mandioca: conheça a história de sucesso de Cleber Luiz de Souza em São Luís de Montes Belos.
Ao deixar o emprego formal, o técnico agrícola Cleber Luiz de Souza decidiu investir em um novo caminho: a plantação de hortaliças como principal fonte de renda. Ele já cultivava abobrinha verde e madura, pepino, jiló e quiabo. No entanto, foi na produção de mandioca que encontrou o crescimento mais rápido e o retorno financeiro desejado.
Antes de apostar no tubérculo, Cleber tinha um objetivo claro: igualar o salário que recebia como técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O resultado veio já na primeira colheita, confirmando que estava no rumo certo.
Animado com os resultados, Cleber fundou a Frutal D’Aldeia, em São Luís de Montes Belos (GO). Ele começou com 6 mil pés de mandioca e, atualmente, já está na quarta safra, com 30 mil pés plantados em pouco mais de um alqueire.
Para o próximo ano, a meta é chegar a 70 mil ou até 80 mil pés de mandioca. A ideia surgiu após uma conversa com o então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Fazenda Nova, que comercializava toda a produção no município.
No início, todo o processo — plantio, colheita e descascamento — era feito manualmente, em parceria com a esposa, Sara Santos. A primeira safra foi plantada no período de Natal. “Eu cavando, ela jogando terra e plantando. No começo, a gente descascava tudo manualmente. Ela foi essencial nesse momento”, relembra.
Hoje, a produção abastece cerca de 10 clientes, incluindo restaurantes de jantinhas e supermercados da cidade. A mandioca descascada é entregue em embalagens de 1 kg e 5 kg.
Apesar de já contar com cinco colaboradores, todo o trabalho de preparo e descascamento ainda é manual. Por isso, o próximo passo será a compra de máquinas de lavar e descascar mandioca, já que as máquinas de embalagem a vácuo já fazem parte da estrutura.
Outro avanço importante foi a implantação do sistema de irrigação com motobomba, permitindo um plantio irrigado. Atualmente, Cleber mantém dois sistemas:
• Plantio sequeiro: iniciado em outubro, aproveitando as chuvas até abril. A colheita ocorre após o fim do período chuvoso.
• Plantio irrigado: iniciado em fevereiro para aproveitar o início das chuvas e irrigado de abril a outubro, garantindo colheita mesmo na seca.
Segundo Cleber, a irrigação mantém o sabor e a qualidade da mandioca, preservando todas as características desejadas pelo consumidor.
Para fortalecer a marca, Cleber participou do Sebraetec, criando logotipo, embalagens personalizadas e obtendo inscrição estadual. “Sabia que isso iria ampliar minha clientela. Com o suporte do Sebrae, minhas vendas cresceram cerca de 30%”, comemora.