sexta-feira, 15 de agosto de 2025
Saiba as maiores demandas das mulheres que querem empreender

Saiba as maiores demandas das mulheres que querem empreender

Linhas de crédito com juros reduzidos, capacitação gratuita e políticas inclusivas estão entre as principais.

12 de agosto de 2025

Linhas de crédito com condições especiais e juros reduzidos, cursos gratuitos de empreendedorismo e maior participação em políticas públicas e instâncias de decisão. Essas são as principais demandas das mulheres que desejam iniciar ou fortalecer uma atividade empresarial no Brasil.

De acordo com levantamento realizado pela Conferência Livre: Mulheres no Centro – Democracia Econômica, Empreendedorismo e Direitos, em Brasília, essas propostas farão parte do documento final que será apresentado na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, marcada para ocorrer entre 29 de setembro e 1º de outubro, também na capital federal.

Segundo Raquel Ribeiro, coordenadora-geral de Gestão de Empreendedorismo do Ministério do Empreendedorismo, “as pesquisas mostram que grande parte dessas mulheres empreende por necessidade. E justamente por isso, é fundamental a criação de políticas públicas eficazes que garantam suporte em todo o processo”.

Além do acesso ao crédito, Raquel destaca a importância da educação empreendedora e da formalização dos negócios, bem como a criação de redes de apoio. Isso inclui acesso a creches, segurança e saúde, permitindo que as empreendedoras tenham mais tempo para se dedicar às suas atividades.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras. Destas, cerca de 70% são mães e têm um faturamento médio de aproximadamente R$ 2 mil. Em Goiás, o Sebrae estima que 10% das 3,7 milhões de mulheres sejam empreendedoras.

Raquel lembra ainda que, apesar de serem consideradas melhores pagadoras do que os homens, as mulheres dedicam menos tempo aos seus negócios e, consequentemente, têm faturamento menor. “Em algum momento, essa conta não fecha”, reforça.

Principais prioridades para o fortalecimento do empreendedorismo feminino:

Acesso ao crédito e financiamento inclusivo

Criar linhas de crédito específicas para mulheres, com juros reduzidos e critérios de análise que considerem garantias alternativas, como confiança comunitária e histórico de pagamentos informais. Além disso, implementar fundos públicos e parcerias com fintechs e bancos comunitários, priorizando a análise de risco social e histórico de atuação nas comunidades. O pacote deve incluir capacitação financeira obrigatória e acompanhamento técnico durante o uso do crédito.

Capacitação, formação e educação empreendedora

Implantar um Programa Nacional de Formação para Mulheres Empreendedoras, com cursos gratuitos em habilidades técnicas e socioemocionais. A proposta inclui acesso a mentorias, oficinas itinerantes e consultorias especializadas. O programa deverá levar em conta a diversidade e as interseccionalidades, garantindo materiais acessíveis e metodologias inclusivas, com foco na autonomia econômica e na sustentabilidade dos negócios.

Inclusão e interseccionalidade

Assegurar que todas as políticas de fomento ao empreendedorismo feminino contemplem mulheres negras, indígenas, com deficiência, mães solos e moradoras de territórios periféricos ou rurais. A medida prevê programas específicos de aceleração e incubação, além de acesso a mercados adaptados às barreiras estruturais e culturais. Também é fundamental garantir representação obrigatória dessas mulheres em conselhos e instâncias de decisão.

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