A São Martinho anunciou um investimento de R$ 1,1 bilhão para ampliar sua planta em Quirinópolis (GO), anexa à Usina Boa Vista. Objetiva dobrar a capacidade de produção de etanol de milho, fortalecendo a presença da companhia no setor de biocombustíveis e ampliando sua diversificação produtiva.
O projeto, aprovado pelo conselho de administração, contará com um robusto pacote de financiamento. Ao todo, serão R$ 728 milhões obtidos por meio de crédito. Sendo R$ 500 milhões via BNDES Fundo Clima, R$ 125 milhões via BNDES Finem e R$ 100 milhões via Finep. Essas linhas terão prazo de pagamento de 12 anos, com dois anos de carência e custo médio anual de 8,5%.
Com a expansão, prevista para estar totalmente operacional em quatro anos, a unidade terá capacidade de processar aproximadamente 1,15 milhão de toneladas de milho por safra. Além disso, poderá produzir 485 milhões de litros de etanol, 310 mil toneladas de DDGS (subproduto rico em proteína usado na nutrição animal) e 21 mil toneladas de óleo de milho.
Embora a ampliação já estivesse nos planos da companhia, foi necessário comprovar a viabilidade do investimento. No primeiro trimestre desta safra, o negócio de etanol de milho respondeu, sozinho, por 30% do lucro antes de juros e impostos (Ebit) da São Martinho, o que reforçou a decisão de acelerar o projeto.
O aporte acontecerá ao longo de três safras. No ciclo 2025/26, serão aplicados 40% do valor total. Já a maior parte dos recursos (55%) ficará para a safra 2026/27, enquanto o restante ficará para 2027/28. A previsão é que a nova estrutura entre em operação no segundo semestre de 2027.
Boa parte dos recursos será destinada à integração com a atual usina de cana-de-açúcar em Quirinópolis. Segundo a companhia, o sucesso do projeto depende da capacidade da Usina Boa Vista, que hoje consegue moer 5,2 milhões de toneladas de cana por safra.
Essa escala permite viabilizar a operação integrada e alcançar a marca de mais de 1 milhão de toneladas de milho processadas ao final da ampliação.
Com esse movimento, a São Martinho reforça sua estratégia de crescimento sustentável, combinando a produção de etanol de milho e de cana para atender à crescente demanda por combustíveis renováveis e fortalecer sua participação no mercado de energia limpa.