Mercado imobiliário brasileiro cresce em vendas no 1º semestre de 2025, mas lançamentos caem, apontando para uma estabilidade no setor.
O mercado imobiliário brasileiro apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, mesmo diante dos juros altos do Banco Central. O setor registrou aumento de 6,8% nos lançamentos de imóveis e de 9,6% nas vendas, em comparação ao mesmo período de 2024.
No entanto, o segundo trimestre mostrou sinais de desaceleração. Houve queda de 10,1% nos lançamentos, reflexo das incertezas econômicas e do impacto das taxas de juros elevadas.
De acordo com levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, no segundo trimestre de 2025 foram vendidos 102.896 imóveis, movimentando cerca de R$ 68 bilhões.
No acumulado de 12 meses, foram lançadas 414.375 unidades, somando um Valor Geral de Lançamento (VGL) de R$ 260 bilhões. Já no comparativo histórico, o volume de lançamentos praticamente dobrou em cinco anos: em 2020, o Brasil havia registrado apenas 242.605 lançamentos e 244.619 vendas.
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) também impulsionou os resultados do setor. As vendas cresceram 11,9% no segundo trimestre de 2025, em relação ao primeiro, e registraram uma alta de 25,8% no acumulado do semestre, totalizando 95.483 unidades vendidas.
Apesar do crescimento nas vendas, a oferta de imóveis novos caiu 4,1% entre junho de 2024 e junho de 2025. Hoje, seriam necessários 8,2 meses para zerar o estoque disponível. Para a CBIC, o cenário ainda é de estabilidade, mas condicionado à possível redução dos juros.
O presidente da CBIC, Renato Correia, avalia que o setor pode retomar o ritmo de lançamentos no segundo semestre, caso haja melhora no ambiente econômico. “Estamos em um cenário onde ainda não temos uma queda da taxa de juros e isso diminui o apetite para alguns tipos de operações do mercado, além da influência de uma crise econômica externa”, disse.
Na mesma linha, Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Estratégia, destacou: “Já chegamos ao topo do mercado e agora precisamos torcer por estabilidade. Estamos sofrendo mais no lançamento do que na venda”. Além disso, o levantamento apontou que o preço médio dos imóveis subiu 4,2% no período, reforçando a resiliência do setor mesmo em um ambiente de crédito mais restrito.