terça-feira, 19 de agosto de 2025
Vendas de imóveis crescem mesmo com juros altos

Vendas de imóveis crescem mesmo com juros altos

Mercado imobiliário brasileiro cresce em vendas no 1º semestre de 2025, mas lançamentos caem, apontando para uma estabilidade no setor.

19 de agosto de 2025

O mercado imobiliário brasileiro apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, mesmo diante dos juros altos do Banco Central. O setor registrou aumento de 6,8% nos lançamentos de imóveis e de 9,6% nas vendas, em comparação ao mesmo período de 2024.

No entanto, o segundo trimestre mostrou sinais de desaceleração. Houve queda de 10,1% nos lançamentos, reflexo das incertezas econômicas e do impacto das taxas de juros elevadas.

De acordo com levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, no segundo trimestre de 2025 foram vendidos 102.896 imóveis, movimentando cerca de R$ 68 bilhões.

No acumulado de 12 meses, foram lançadas 414.375 unidades, somando um Valor Geral de Lançamento (VGL) de R$ 260 bilhões. Já no comparativo histórico, o volume de lançamentos praticamente dobrou em cinco anos: em 2020, o Brasil havia registrado apenas 242.605 lançamentos e 244.619 vendas.

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) também impulsionou os resultados do setor. As vendas cresceram 11,9% no segundo trimestre de 2025, em relação ao primeiro, e registraram uma alta de 25,8% no acumulado do semestre, totalizando 95.483 unidades vendidas.

Estabilidade do setor

Apesar do crescimento nas vendas, a oferta de imóveis novos caiu 4,1% entre junho de 2024 e junho de 2025. Hoje, seriam necessários 8,2 meses para zerar o estoque disponível. Para a CBIC, o cenário ainda é de estabilidade, mas condicionado à possível redução dos juros.

O presidente da CBIC, Renato Correia, avalia que o setor pode retomar o ritmo de lançamentos no segundo semestre, caso haja melhora no ambiente econômico. “Estamos em um cenário onde ainda não temos uma queda da taxa de juros e isso diminui o apetite para alguns tipos de operações do mercado, além da influência de uma crise econômica externa”, disse.

Na mesma linha, Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Estratégia, destacou: “Já chegamos ao topo do mercado e agora precisamos torcer por estabilidade. Estamos sofrendo mais no lançamento do que na venda”. Além disso, o levantamento apontou que o preço médio dos imóveis subiu 4,2% no período, reforçando a resiliência do setor mesmo em um ambiente de crédito mais restrito.

Saiba mais: Valorização de imóveis desacelera em Goiânia

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