sábado, 20 de setembro de 2025
Exportações de alimentos caem com tarifaço dos EUA

Exportações de alimentos caem com tarifaço dos EUA

Exportações de alimentos caem em agosto com impacto das tarifas dos EUA; China amplia compras e garante fôlego ao setor brasileiro.

19 de setembro de 2025

O balanço da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) revelou que as exportações de alimentos industrializados registraram queda de US$ 300 milhões em agosto de 2025. Equivalente a redução de 4,8% em comparação a julho. O volume total embarcado somou US$ 5,9 bilhões no mês.

O principal fator para a retração foi a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em agosto, as vendas para o mercado norte-americano recuaram para US$ 332,7 milhões, representando queda de 27,7% frente a julho e de 19,9% em relação a agosto de 2024.

Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil, antecipando embarques antes da entrada em vigor da taxação. Os segmentos mais afetados foram: açúcares (retração de 69,5%); proteínas animais (-45,8%); e preparações alimentícias (- 37,5%).

China

Enquanto as exportações para os EUA diminuíram, a China reforçou seu papel como maior comprador de alimentos industrializados do Brasil. O país asiático importou US$ 1,32 bilhão em agosto, crescimento de 10,9% em relação a julho e expressivos 51% na comparação com agosto de 2024. A fatia chinesa passou a representar 22,4% do total exportado pelo setor no mês.

Essa diferença evidencia uma inflexão no comércio exterior brasileiro: após o pico de julho, provocado pela corrida de embarques aos EUA, agosto mostrou ajuste e realocação de mercados, com a China assumindo papel de âncora para as exportações.

De janeiro a julho, as exportações brasileiras de alimentos industrializados somaram US$ 36,44 bilhões, ligeira queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024.

No entanto, a perspectiva para o restante do ano é de maior impacto negativo. Segundo a ABIA, entre agosto e dezembro, as vendas ao mercado norte-americano devem sofrer queda de 80%, o que pode representar uma perda acumulada de US$ 1,351 bilhão.

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