Cooperativas movimentam R$ 31,3 bi e geram 18,5 mil empregos diretos em Goiás, segundo a OCB/GO, que completa 69 anos de atuação.
O cooperativismo é hoje um dos pilares da economia goiana. O setor impacta diretamente a vida de cerca de 2,5 milhões de pessoas e reúne quase 670 mil cooperados em todo o Estado. Apenas em 2024, as cooperativas goianas geraram 18,5 mil empregos diretos, movimentaram R$ 31,3 bilhões em faturamento e acumularam R$ 70,7 bilhões em ativos, valor equivalente a 21% do PIB estadual.
“O cooperativismo se consolidou como uma das principais forças econômicas de Goiás. Mas sem perder a sua essência: proporciona um modelo de negócio mais justo e equitativo para quase 700 mil pessoas”, destaca o presidente da OCB/GO, Luís Alberto Pereira. A entidade, que lidera o setor no Estado, comemora nesta quinta-feira (2/10) 69 anos de atuação.
O Ano Internacional das Cooperativas, celebrado em 2025, reforça a importância do modelo como instrumento de desenvolvimento econômico e inclusão social. “Avançamos muito nas últimas sete décadas em Goiás, não apenas em número de cooperativas, mas principalmente na quantidade de pessoas que atingimos. Uma empresa tradicional pertence a donos; uma cooperativa pertence a pessoas que crescem juntas”, afirma Luís Alberto.
A longevidade das cooperativas também chama a atenção. Das 266 cooperativas associadas à OCB/GO, 95 têm mais de 20 anos e 18 já superam quatro décadas de existência. A mediana de sobrevivência é de 15,5 anos, bem acima das que não estão vinculadas à entidade, cuja média é de 9,5 anos. Esse desempenho é reflexo do fortalecimento da governança e da sustentabilidade do setor.
O cooperativismo é um motor de inovação, inclusão social e geração de renda. Em Goiás, o setor agropecuário responde por 38,1% dos empregos gerados pelas cooperativas, seguido pelo ramo de crédito (30,1%) e pelo de saúde (26,8%). A diversidade de áreas de atuação comprova a força do modelo no Estado.
Esse impacto se reflete também na renda dos cooperados. Entre 2012 e 2023, a renda média mensal dos trabalhadores ligados a cooperativas foi consistentemente superior à dos autônomos. Em 2023, a média alcançou R$ 8,7 mil, mais que o dobro dos R$ 3,9 mil recebidos por autônomos não vinculados.
Além disso, as cooperativas apresentam menor rotatividade de colaboradores, maior média salarial e avanços significativos em inclusão de mulheres e pessoas com deficiência. Goiás já ocupa a 5ª posição nacional em formalização de trabalhadores cooperados com CNPJ, evidenciando o papel do setor na economia formal.
A OCB/GO ampliou sua atuação com a criação de Núcleos Regionais, levando suporte técnico, educacional e consultivo às cooperativas e comunidades. Outro destaque é a realização do Dia do Cooperativismo, presente em 25 cidades goianas, promovendo integração, capacitação e fortalecimento de vínculos locais.
“Com os núcleos regionais, hoje não temos apenas uma OCB/GO, temos seis espalhadas pelo Estado. Essa descentralização fortalece o cooperativismo e aproxima ainda mais a comunidade do modelo de negócio”, explica Luís Alberto.
A educação cooperativista tem sido outro diferencial. Em 2023, 79,8% dos cooperados tinham ensino médio completo, contra 57,6% em 2012. Já a parcela com ensino fundamental incompleto caiu de 28,6% para 15,4%.
A participação feminina também cresceu, ultrapassando 50% entre cooperados e empregados, enquanto a inclusão de pessoas com deficiência evoluiu de 1,7% em 2019 para 3,5% em 2023.
Com base em resultados consistentes, o cooperativismo goiano segue como estratégia sustentável, inovadora e inclusiva. “Nosso foco está na expansão da educação cooperativista, no fortalecimento da governança e no apoio técnico às cooperativas. Assim, consolidamos um modelo capaz de garantir geração de empregos, renda e desenvolvimento econômico e social em Goiás”, conclui Luís Alberto.