Com endividamento de quase R$ 4 bilhões, grupo decide suspender investimentos em expansão da sua rede hospitalar.
O grupo Oncoclínicas, especializado no tratamento de câncer, anunciou o distrato de contratos para a construção complexo em São Paulo. Além desse, estuda romper os contratos de outros dois hospitais em construção: em Goiás e Minas Gerais. Motivo: o endividamento da empresa está próximo de R$ 4 bilhões.
Oncoclínicas iniciou no ano passado a construção do Câncer Center Goiânia, com investimentos de R$ 150 milhões em área de quase 34 mil metros quadrados. O projeto prevê 320 leitos, parque de diagnóstico por imagem, 18 salas para cirurgias de alta complexidade, aceleradores lineares para radioterapia, entre outros serviços.
Em 2021, a empresa comprou Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom), na capital goiana.
Segundo fontes do setor, a Oncoclínicas deve economizar cerca de R$ 1 bilhão em capital de investimento que estava destinado à conclusão das obras e manutenção dos complexos hospitalares existentes. Soma-se a isso a redução de custos com três hospitais desinvestidos (já vendidos e em processo de venda).
A empresa espera também, em assembleia convocada para esta quarta-feira (8/10), um aumento de capital de cerca de R$ 2 bilhões.
O grupo estreou na Bolsa de Valores (B3) em 2021, quando levantou R$ 3,6 bilhões para investimentos em expansão. Entretanto, nos últimos dois anos, as ações da empresa caíram mais de 80% e o endividamento cresceu, principalmente por conta de parcerias mal sucedidas com hospitais e planos de saúde.
Fundado em Belo Horizonte (MG) em 2010, mas atualmente com sede em São Paulo (SP), Oncoclínicas possui 2,9 mil médicos e está presente em 40 cidades brasileiras.