Censo do IBGE mostra que Goiás tem 59,4% da população ocupada, 5º maior índice do Brasil. Confira os setores que mais empregam e pagam maiores salários médios.
Goiás tinha 3,4 milhões de pessoas ocupadas em julho de 2022, o que corresponde a 59,4% da população goiana com 14 anos ou mais. Este dado posiciona o estado em 5º lugar no ranking nacional de ocupação. De acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quinta-feira (9/10) pelo IBGE.
À frente de Goiás, aparecem Santa Catarina (63,4%), Distrito Federal (60,4%), Paraná (60,2%) e Mato Grosso (60,2%). No Brasil como um todo, foram 88,7 milhões de pessoas ocupadas, representando 53,5% da população com 14 anos ou mais.
O Censo considerou como pessoas ocupadas aquelas que trabalharam pelo menos uma hora remunerada ou não durante a semana de referência. Incluindo atividades domésticas, agrícolas e de apoio a negócios familiares.
Já as pessoas desocupadas são aquelas que não estavam trabalhando, mas buscaram emprego ativamente no último mês e estavam disponíveis para assumir uma vaga.
Em Goiás, os desocupados representaram apenas 2,4% da população investigada. Somados aos ocupados, eles compõem a força de trabalho do estado, equivalente a 61,8% da população.
O levantamento organizou os trabalhadores em doze grandes grupos. Em Goiás, os trabalhadores de serviços e comércio lideraram, somando 693,7 mil pessoas (20,5%). A proporção é quase idêntica à média nacional (20,5%).
O segundo maior grupo foi o de ocupações elementares, com 18,9% da população ocupada, mas com menor rendimento médio (1,22 salário mínimo). Entre essas funções estão: trabalhadores domésticos, auxiliares da agropecuária, pesca e florestas, ajudantes da construção civil e da indústria, e ambulantes, coletores de lixo e afins.
No extremo oposto, os diretores e gerentes tiveram o maior rendimento médio (6,07 salários mínimos), representando 4,4% dos trabalhadores. Também se destacaram os membros das forças armadas, policiais e bombeiros, com média de 4,97 salários mínimos. Nesse grupo, as mulheres chegaram a ganhar mais que os homens (5,99 contra 4,90 salários mínimos), embora representem apenas 6,1% dos ocupados.
Na análise por setor de atividade, o comércio e reparação de veículos foi o que mais empregou em Goiás, absorvendo 18,4% da mão de obra. Em seguida vêm a indústria de transformação (10,2%) e a construção civil (8,9%).
Em termos de remuneração, os destaques foram: Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,18 salários mínimos); Atividades profissionais, científicas e técnicas (4,14 salários mínimos); e Atividades imobiliárias (4,08 salários mínimos).
O ponto crítico foi o setor de serviços domésticos, que registrou rendimento inferior a um salário mínimo (0,96 s.m.), reforçando desigualdades no mercado de trabalho.
O Censo também levantou informações sobre o local de trabalho. Em Goiás, 13,4% dos trabalhadores (456,2 mil pessoas) exerciam sua atividade em outro município. O estado ocupa a 4ª posição nacional em deslocamento para trabalho, atrás de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Municípios do entorno do Distrito Federal se destacaram, com índices acima de 50% de trabalhadores que atuam em outro município: Novo Gama (53,1%), Santo Antônio do Descoberto (51,1%), Águas Lindas de Goiás (50,9%) e Valparaíso de Goiás (50,8%).
Apesar disso, houve queda no deslocamento em relação ao Censo 2010, acompanhada de crescimento no número de pessoas que trabalham dentro do próprio município de residência – tendência reforçada pelo avanço do trabalho híbrido após a pandemia de COVID-19.