Próximo ano terá mais feriados em dias úteis, o que pode gerar redução de até 30% nas vendas, segundo projeção da FCDL.
O ano que vem terá nove feriados nacionais com possibilidade de emendar com os fins de semana. Somados aos pontos facultativos, devem impactar o faturamento do comércio e prestadores de serviços.
Segundo previsão da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), o comércio pode registrar queda de 20% a 30% no faturamento com os feriados prolongados.
O vice-presidente da entidade, Christian Pereira, diz que os pequenos e médios comerciantes são os mais afetados, pois dependem da movimentação diária para manter o caixa equilibrado.
“Cada dia fechado significa menos faturamento, mas o lojista continua tendo que pagar aluguel, fornecedores e funcionários. Para quem depende da venda diária, os feriados pesam bastante”, afirma ao EMPREENDER EM GOIÁS.
Segundo ele, os setores de turismo, alimentação e lazer tendem a registrar movimento maior nesses períodos. Caminho inverso do comércio de rua e as lojas de bairro, que são mais prejudicados. Ele ressalta que a perda de receita pode comprometer a manutenção de empregos.
“Um calendário com muitos feriados reduz a capacidade do comércio de segurar os empregos e até de gerar novas vagas. Se o empresário não tem caixa, pode enfrentar atrasos na folha e até demissões”, alerta.
O presidente da Fecomércio Goiás, Marcelo Baiocchi, também considera que os feriados prolongados trazem prejuízo à maioria dos segmentos do comércio. “O feriado é uma data a menos para produzir. Quanto mais dias úteis, mais vendas. Os custos fixos permanecem, mas o faturamento diminui”, observa.
Ele destaca que, embora a legislação permita o funcionamento em feriados mediante convenção coletiva, o movimento raramente compensa os dias úteis perdidos. “Mesmo quem abre, como no caso de lojas em shopping centers, não tem o mesmo volume de vendas”, completa.
Baiocchi aponta ainda que apenas setores ligados ao turismo se beneficiam. “Feriados prolongados favorecem as cidades turísticas, mas Goiânia tende a esvaziar. A capital não tem grande apelo turístico, e o comércio sente a queda no fluxo de clientes”, afirma.
As entidades defendem que o poder público evite decretos de ponto facultativo em excesso para não ampliar os impactos econômicos.
“O descanso do trabalhador é importante, mas é preciso equilíbrio. Muitos municípios pequenos vivem do comércio, e um feriado prolongado pode significar perda de faturamento e dificuldade para manter empregos”, conclui Christian Pereira, da FCDL-GO.
Para o setor hoteleiro da capital, o cenário também é bem desafiador, segundo a presidente do Sindicato dos Hotéis de Goiânia, Anaiad de Assis Lopes. Isso porque Goiânia é mais pujante em turismo de negócios, o que exige que eventos neste sentido sejam marcados dentro dessas datas para que haja um aquecimento no ramo.
“O pico de ocupação em Goiânia vai de terça a sexta-feira. Com os feriados prolongados, há queda brusca de hospedagens”, explica.
Ela destaca que cidades com vocação para o turismo de lazer, como Pirenópolis, Caldas Novas e Cidade de Goiás, devem ter aumento de visitantes, enquanto Goiânia tende a registrar redução no fluxo. “Dependemos de grandes eventos culturais e shows nesses períodos para movimentar a ocupação”, diz.