Europeus temem que a venda de mina goiana para grupo chinês afete a oferta do minério para o continente.
A Anglo American ofereceu-se para comprar ferroníquel do grupo chinês MMG para revenda na Europa por até 10 anos. Detalhe: a produção do minério está concentrada na região de Barro Alto, em Goiás. O objetivo da mineradora é garantir que a venda de suas minas não seja barrada pelo órgão antitruste da União Europeia.
A Anglo American , listada em Londres, anunciou o acordo de US$ 500 milhões para vender seu negócio de níquel no Brasil em fevereiro. A Comissão Europeia está examinando a venda. A associação Eurofer, que representa o setor de aço europeu, classificou os complexos de Goiás como a “fonte mais confiável e sustentável” de ferroníquel disponível para a União Européia.
A solução oferecida pela Anglo American visa eliminar sanções regulatórias de que o negócio poderia com a MMG possa cortar parte do fornecimento do metal para a Europa. As companhias ofereceram um acordo de “compra garantida” pelo qual a Anglo continuará vendendo ao mercado europeu o mesmo volume de ferroníquel atualmente exportado.
Na prática, a empresa atuaria como intermediária, adquirindo da MMG o produto das minas brasileiras, especialmente de Goiás, mantendo a entrega regular a clientes europeus. A medida busca atenuar as preocupações concorrenciais levantadas por siderúrgicas e autoridades europeias, que temem redução da oferta do insumo caso o controle dos ativos brasileiros passe integralmente à estatal chinesa.
A Comissão Europeia vai avaliar a proposta até 4 de novembro.