Estudo da ApexBrasil aponta Goiás como destaque nacional em exportações, mas com potencial para crescer ainda mais.
Goiás possui 2.686 oportunidades para exportações, divididas em 56 setores, definidos a partir de 96 produtos distintos em 194 países. Segundo o estudo “Oportunidades de Exportação e Investimentos – Goiás”, lançado ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O levantamento coloca o estado em posição de destaque nacional na atração de investimentos estrangeiros e na expansão de suas exportações.
Segundo a ApexBrasil, o levantamento objetiva fornecer subsídios para políticas públicas de comércio exterior e orientar empresas goianas na definição de estratégias de exportação. Além de identificar setores tradicionais e emergentes com alto potencial competitivo nos mercados internacionais.
Entre os mercados com maior potencial para os produtos goianos estão Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Argentina, além de Estados Unidos e Angola. Os setores com mais oportunidades incluem: Carnes de aves (185 oportunidades), carne bovina (184), couro (155) e outras carnes e miudezas (152.
O produto gorduras ovinas ou caprinasse destaca, liderando com 37 oportunidades de exportação identificadas. As vendas externas deste item somaram US$ 1,5 milhão em 2023, com um leque diversificado de principais destinos, incluindo China, Malásia, Egito, África do Sul e Estados Unidos, o que demonstra um potencial global para o produto.
Em seguida, o produto partes de máquinas apresenta um total de 24 oportunidades. Com exportações de US$ 523 mil em 2023, as oportunidades para este produto estão fortemente concentradas nas Américas, com foco em mercados como Estados Unidos, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
Outros produtos goianos com números relevantes incluem painço, para semeadura (com 20 oportunidades) e destinos que abrangem Japão, Argentina, França, Ruanda e Vietnã. Além de outros bovinos vivos (16 oportunidades), com foco em mercados do Oriente Médio e África, como Líbano, Jordânia, Sérvia e Togo.
Entre os destinos para os quais Goiás realiza exportações e apresentam oportunidades de negócio têm-se como principais oportunidades os países da América do Sul. Como Uruguai (61 produtos), Chile (61), Paraguai (56), Peru (48) e Argentina (48). Fora da América do Sul, destacam-se Estados Unidos (47) e Angola (36).
A balança comercial de Goiás registrou superávits contínuos entre 2014 e 2024. O auge foi em 2023, com saldo positivo de US$ 9,1 bilhões, seguido de US$ 6,7 bilhões em 2024. Apesar da queda, o resultado ainda confirma a força da pauta exportadora do estado, liderada por soja, carnes e derivados.
No último ano, Goiás exportou US$ 12,3 bilhões, ocupando a segunda posição no Centro-Oeste (24,5%) e a oitava no ranking nacional. O setor de indústrias de transformação liderou, com quase metade das vendas externas (49,3%).
O estudo também mostra que o número de empresas exportadoras em Goiás mais que dobrou em uma década, passando de 135 em 2014 para 271 em 2024. Embora médias e grandes empresas representem 99,8% do valor exportado, o crescimento mais expressivo está entre os microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas.
As exportações de MEIs e microempresas goianas passaram de US$ 2,6 milhões (2014) para US$ 13,2 milhões (2024) – alta de 407,7%. As das pequenas empresas cresceram de US$ 0,8 milhão para US$ 7,1 milhões no período – salto de 787,5%. E as das médias e grandes avançaram 120,4%, atingindo US$ 10,9 bilhões em 2024.
O agronegócio continua sendo o motor das exportações goianas, responsável por 45,8% das vendas externas em 2024. Os destaques foram soja (37,2%), carnes, milho, ferro-gusa e açúcar.
A China é o maior parceiro comercial, comprando 43,5% das exportações goianas em 2024, principalmente soja. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar (3,3%), com destaque para a carne bovina. Outros destinos relevantes são Vietnã, Indonésia e Espanha.
Os mercados asiáticos concentram demanda por commodities agrícolas, enquanto a Europa apresenta maior diversificação, incluindo cobre, ouro e farelos de soja.
Mais de 90% das exportações de Goiás são escoadas por via marítima, principalmente pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). Em 2024, esse modal movimentou US$ 11,6 bilhões. Já o transporte aéreo representou 3,9% e o rodoviário 1,3%.
Os resultados reforçam que Goiás combina vocação agrícola, crescimento industrial e diversificação produtiva para se consolidar como um dos polos mais dinâmicos de exportação do Brasil.
Com uma pauta dominada por commodities, mas em expansão para setores industriais e novos nichos, o estado se fortalece na atração de investimentos estrangeiros e na ampliação da presença internacional das empresas goianas.