terça-feira, 18 de novembro de 2025
Jovens já são um terço dos líderes industriais no estado

Jovens já são um terço dos líderes industriais no estado

Jovens de 21 a 40 anos de idade já são 33,5% entre os 23,5 mil empresários industriais em Goiás.

18 de novembro de 2025

Lucas Bernardino: “O empreendedorismo industrial jovem tem vários pontos fortes em Goiás”

Uma nova geração tem assumido cada vez mais a liderança no setor industrial goiano. Em Goiás, os sócios do setor industrial que possuem entre 21 e 40 anos já são 33,5% entre os 23,5 mil no estado. Contabilizados em 7,6 mil, esses jovens superam os 4,2 mil líderes com mais de 61 anos. Mas ainda estão atrás dos 11,6 mil empresários do ramo com idade entre 41 e 60 anos. Segundo dados do Observatório Nacional da Indústria.

O Conselho de Jovens Industriais da Federação das Indústrias de Goiás, a FIEG Jovem, conta atualmente com 65 jovens empresários. De acordo com Lucas Bernardino, presidente da FIEG Jovem, esses novos empreendedores têm impactado o estado. E são relevantes em algumas frentes, com uma das principais sendo a da sucessão.

“Temos números que mostram que 30% das empresas que passam da primeira para a segunda geração ficam vivas nessa transição. Da segunda para a terceira somente 14% e da terceira para a quarta de 3% a 5%”, revela Lucas Bernardino. Ele tem 27 anos e está na segunda geração da extratora de calcário Grupo Pirineus

Falta de planejamento

Segundo Bernardino, a causa disso tudo vem muito da falta de planejamento sucessório, de capacitação do sucessor e, muitas vezes, também da falta de interesse do sucedido em passar o bastão. A questão já deve ser debatida entre os jovens empreendedores, abordando temas como os desafios do sucedido e como o sucessor deve enfrentá-los.

Ele aponta que o empreendedorismo industrial jovem tem vários pontos fortes em Goiás, como o desejo pela inovação e a vontade de aprender. “Nossos pontos fortes são a humildade de aprender com os outros e a forte ligação com tecnologia, inteligência artificial, investimentos e capacidade técnica elevada para gestão dos negócios. São jovens com vontade de fazer uma diferença no futuro do Brasil.”, disse.

Bernardino elencou os principais desafios para o segmento. De acordo com o presidente da FIEG Jovem, a própria sucessão é um grande obstáculo. Além disso, muitos jovens preferem empreender em outros ramos à indústria, por desconhecerem o segmento e o acharem muito pesado.

Perfil

De acordo com o levantamento do Observatório Nacional da Indústria, no Centro-Oeste, o setor industrial com maior número bruto de empreendedores jovens é o de construção de edifícios, com 2,8 mil. Seguido por serviços especializados para construção e fabricação para produtos alimentícios. Já o setor industrial com maior proporção de líderes jovens no Centro-Oeste é o de Serviços especializados para construção, com 40,4%.

Nacionalmente, a maioria dos novos líderes está em empresas de setores de baixa ou média-baixa intensidade tecnológica, aproximadamente 124 mil novos líderes (70,8% do total de novos líderes). Por outro lado, 13,5% do total está em empresas de alta ou média-alta intensidade tecnológica. A proporção de novos líderes no total de empresários do setor varia entre 19,6% em setores mais tecnológicos e 30,9% em setores menos tecnológicos.

Os novos líderes estão presentes principalmente em novas empresas com sua participação decaindo com o aumento de maturidade destas. Empresas com até 5 anos de idade têm 47,4% dos sócios do grupo de novos líderes, enquanto esse valor chega a apenas 14,0% em empresas com 20 anos de idade ou mais.

O 6º Encontro Nacional dos Jovens Industriais, em Goiânia, reuniu cerca de 250 participantes de todos os estados

Encontro Nacional

De 12 a 14 de novembro, o 6º Encontro Nacional dos Jovens Industriais (Enaji) aconteceu em Goiânia e reuniu cerca de 250 participantes de todos os Estados. A programação abordou sucessão familiar, governança, liderança e os impactos da Reforma Tributária na competitividade do setor produtivo.

Para Lucas Bernardino, o evento será um divisor de águas para o setor em Goiás: “Os jovens realmente viram que o nosso movimento está crescendo, que ele acontece no Brasil inteiro, que o propósito é muito parecido entre os estados e que estamos todos juntos conectados aqui nesses movimentos”, afirmou.

Saiba mais: Geração empreendedora: o boom de jovens donos de negócio em Goiás

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