quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Goiás atinge maior taxa histórica de autônomos com CNPJ

Goiás atinge maior taxa histórica de autônomos com CNPJ

Goiás avança na formalização dos autônomos, mas recua entre empregadores com CNPJ; trabalho remoto no domicílio atinge recorde no estado.

19 de novembro de 2025

O dinamismo do mercado de trabalho goiano voltou a aparecer com força nos dados de 2024 da PNAD Contínua, divulgados nesta quarta-feira (19/11) pelo IBGE. O estado contabilizou 1,1 milhão de pessoas cuja ocupação se dava na condição de empregadores (19,2%) ou trabalhadores por conta própria (80,8%). E apresentou movimentos contrastantes em relação à formalização e ao local de exercício das atividades.

Entre os trabalhadores por conta própria, Goiás alcançou em 2024 o maior patamar de registro no CNPJ desde o início da série histórica. Com 30% dos autônomos formalizados. O avanço representa um salto de 12,4 pontos percentuais em relação a 2012. Também mantém o estado acima da média brasileira (25,7%), ampliando a diferença positiva para 4,3 p.p., a segunda maior já registrada.

O desempenho reforça um processo consistente de profissionalização das atividades autônomas. Impulsionado pelo crescimento do empreendedorismo, pela digitalização dos serviços e pela busca por maior segurança jurídica e acesso ao crédito.

Empregadores

O cenário, porém, é distinto entre os empregadores goianos. Após atingir 84,7% de formalização em 2023, o indicador recuou para 79,3% em 2024, o menor nível desde 2018. Com isso, Goiás retornou à condição de abaixo da média nacional (80%) nesse quesito.

A queda sugere um ambiente mais desafiador para pequenos e médios negócios no ano, marcado por crédito mais caro, custos crescentes e maior pressão sobre margens — fatores que podem ter retardado processos de formalização ou levado empresas a encerrar registros.

Trabalho em casa

O levantamento também investigou onde os goianos realizam suas atividades — excluindo servidores públicos e trabalhadores domésticos. O dado mais expressivo é o aumento dos ocupados que trabalham no próprio domicílio: após a queda entre 2022 (7,3%) e 2023 (6,4%), o percentual subiu para 7,7% em 2024, o maior valor da série iniciada em 2012.

Apesar de Goiás ainda estar abaixo do índice nacional, a distância entre estado e país caiu para apenas 0,2 p.p., reflexo do recuo registrado no Brasil em 2023 e 2024 e da retomada do trabalho domiciliar em território goiano.

Na comparação com 2012, o grupo que apresentou avanço mais expressivo em Goiás foi o dos trabalhadores que exercem suas atividades em local definido pelo empregador, patrão ou freguês. Em 2024, eles somaram 602 mil pessoas, ou 19,3% dos ocupados do estado.

O percentual é 5,4 pontos percentuais superior ao registrado em 2012 (13,9%). Evidenciando a expansão de atividades ligadas à prestação de serviços, logística, entregas e frentes operacionais que demandam deslocamento. Em relação a 2023, porém, houve leve recuo frente aos 19,8% observados no ano anterior.

Saiba mais: Só 1 em cada 4 trabalhadores por conta própria tem CNPJ

Erik Figueiredo é diretor executivo do Instituto Mauro Borges

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