Goiás avança na formalização dos autônomos, mas recua entre empregadores com CNPJ; trabalho remoto no domicílio atinge recorde no estado.

O dinamismo do mercado de trabalho goiano voltou a aparecer com força nos dados de 2024 da PNAD Contínua, divulgados nesta quarta-feira (19/11) pelo IBGE. O estado contabilizou 1,1 milhão de pessoas cuja ocupação se dava na condição de empregadores (19,2%) ou trabalhadores por conta própria (80,8%). E apresentou movimentos contrastantes em relação à formalização e ao local de exercício das atividades.
Entre os trabalhadores por conta própria, Goiás alcançou em 2024 o maior patamar de registro no CNPJ desde o início da série histórica. Com 30% dos autônomos formalizados. O avanço representa um salto de 12,4 pontos percentuais em relação a 2012. Também mantém o estado acima da média brasileira (25,7%), ampliando a diferença positiva para 4,3 p.p., a segunda maior já registrada.
O desempenho reforça um processo consistente de profissionalização das atividades autônomas. Impulsionado pelo crescimento do empreendedorismo, pela digitalização dos serviços e pela busca por maior segurança jurídica e acesso ao crédito.
O cenário, porém, é distinto entre os empregadores goianos. Após atingir 84,7% de formalização em 2023, o indicador recuou para 79,3% em 2024, o menor nível desde 2018. Com isso, Goiás retornou à condição de abaixo da média nacional (80%) nesse quesito.
A queda sugere um ambiente mais desafiador para pequenos e médios negócios no ano, marcado por crédito mais caro, custos crescentes e maior pressão sobre margens — fatores que podem ter retardado processos de formalização ou levado empresas a encerrar registros.
O levantamento também investigou onde os goianos realizam suas atividades — excluindo servidores públicos e trabalhadores domésticos. O dado mais expressivo é o aumento dos ocupados que trabalham no próprio domicílio: após a queda entre 2022 (7,3%) e 2023 (6,4%), o percentual subiu para 7,7% em 2024, o maior valor da série iniciada em 2012.
Apesar de Goiás ainda estar abaixo do índice nacional, a distância entre estado e país caiu para apenas 0,2 p.p., reflexo do recuo registrado no Brasil em 2023 e 2024 e da retomada do trabalho domiciliar em território goiano.
Na comparação com 2012, o grupo que apresentou avanço mais expressivo em Goiás foi o dos trabalhadores que exercem suas atividades em local definido pelo empregador, patrão ou freguês. Em 2024, eles somaram 602 mil pessoas, ou 19,3% dos ocupados do estado.
O percentual é 5,4 pontos percentuais superior ao registrado em 2012 (13,9%). Evidenciando a expansão de atividades ligadas à prestação de serviços, logística, entregas e frentes operacionais que demandam deslocamento. Em relação a 2023, porém, houve leve recuo frente aos 19,8% observados no ano anterior.