sábado, 22 de novembro de 2025
Goiás dobra proporção de trabalhadores com ensino superior

Goiás dobra proporção de trabalhadores com ensino superior

Estado amplia escolaridade da força de trabalho e registra uma das menores taxas de sindicalização do país, segundo o IBGE.

21 de novembro de 2025

A pesquisa do IBGE reflete a maior presença de jovens escolarizados no mercado de trabalho goiano

O mercado de trabalho goiano passou por transformações estruturais importantes na última década. Impulsionadas pelo avanço da escolaridade e pela mudança no perfil da força de trabalho.

Dados da PNAD Contínua do IBGE mostram que, em 2012, apenas 11,8% das pessoas ocupadas em Goiás tinham ensino superior completo. No levantamento divulgado nesta semana, de 2024, esse percentual alcançou 21,6%. Isto representa um crescimento de 1,8 vez em relação ao início da série histórica.

Em movimento inverso, diminuiu de forma expressiva o contingente de trabalhadores com sem instrução ou fundamental incompleto. Eles representavam 32,6% dos ocupados em 2012 — quase um terço da força de trabalho. Em 2024, passaram a 18,9%, tornando-se o menor grupo em representatividade.

Essa mudança evidencia uma recomposição educacional no mercado de trabalho goiano, com impactos diretos em produtividade, renda média e estrutura setorial da economia.

Ensino médio

A faixa de trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto segue consolidada como a mais numerosa em Goiás. Em 2024, eles representavam 44,9% dos ocupados, um aumento de 10,1 pontos percentuais frente a 2012.

O dado reflete a maior presença de jovens escolarizados e a expansão de empregos em serviços e comércio, segmentos intensivos em mão de obra com formação intermediária.

Baixa sindicalização

Outra tendência estrutural apontada pela pesquisa do IBGE é a baixa adesão sindical no estado. Em 2024, apenas 4,6% das pessoas de 14 anos ou mais — ocupadas ou que já haviam trabalhado — estavam associadas a sindicatos.

O índice representa cerca de 240 mil indivíduos, colocando Goiás no terceiro menor percentual do país, ao lado de Tocantins. Apenas Rondônia (4,0%) e Rio de Janeiro (4,5%) apresentaram taxas mais baixas. A média nacional foi de 7,7%.

Desde o início da série, em 2012, Goiás registra níveis de sindicalização inferiores à média brasileira. Tanto o estado quanto o país apresentaram retração contínua ao longo da década, reflexo de mudanças na legislação trabalhista, maior rotatividade, expansão do trabalho por conta própria e novas formas de vínculo.

Em 2023, o Brasil atingiu seu menor patamar histórico (7,3%), enquanto Goiás também ficou perto do piso. Já entre 2023 e 2024, houve leve recuperação: alta de 0,4 ponto percentual no país e 0,1 p.p. em Goiás, sugerindo uma possível estabilização após anos de queda.

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